ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 11-3-2010.
Aos onze dias do mês de março do ano de dois mil e
dez, reuniu-se, no Plenário Ana Terra do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, João Pancinha, Lucio Barcelos, Luiz Braz, Maria Celeste,
Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Toni Proença e Waldir
Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell,
Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal,
Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Luciano Marcantônio,
Marcello Chiodo, Mario Manfro,
Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: pelo
vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Lei do Legislativo nº 017/10 (Processo
nº 0626/10); pelo vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 026/10
(Processo nº 0698/10); e pelo vereador Paulinho Ruben Berta, o Projeto de
Resolução nº 007/10 (Processo nº 0726/10). Também, foi apregoado o Ofício nº
170/10, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº
003/10 (Processo nº 0943/10). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
166678, 171335, 177800, 183860, 184597, 184725 e 185719/10, do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde. Em continuidade, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a
tratar de questões atinentes ao combate à dengue em Porto Alegre. Compuseram a
Mesa: o vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; o senhor Luiz Carlos Pallares e a senhora Maria Mercedes Bendati,
representando o Comitê Gestor de Combate à Dengue da Secretaria Municipal de
Saúde. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Airto Ferronato e
João Antonio Dib e a vereadora Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÕES, nos termos
do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciou-se o vereador Aldacir José
Oliboni. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do
artigo 180, § 4º, incisos I e II, ao senhor Luiz Carlos Pallares e à senhora
Maria Mercedes Bendati, que se pronunciaram sobre o tema em debate. Em
COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento,
pronunciaram-se os vereadores Ervino Besson, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini,
Luiz Braz, Maria Celeste, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, João Carlos Nedel e Lucio
Barcelos. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações
finais sobre o tema em debate, ao senhor Luiz Carlos Pallares e à senhora Maria
Mercedes Bendati. Às dezesseis horas e dezoito minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e dezenove minutos, constatada a
existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Luciano
Marcantônio. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento verbal de autoria do vereador João Carlos Nedel,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade,
o vereador Ervino Besson convidou os integrantes da Frente Parlamentar para
Regularização da Energia Elétrica para visita à Vila Mariana II, no Bairro
Restinga, a ser realizada no dia de amanhã, às nove horas e vinte minutos.
Ainda, o vereador Dr. Thiago Duarte convidou todos para a reunião da Frente
Parlamentar Antidrogas, a ocorrer amanhã, às dez horas e trinta minutos, na
sala nº 301 deste Palácio. Também, o senhor Presidente convidou para a
cerimônia de entrega oficial da obra de revitalização do Plenário Otávio Rocha,
a ocorrer no dia quinze de março do corrente, às quatorze horas. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos
239/09, 006, 007 e 003/10, este discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, e os
Projetos de Resolução nos 002, 004 e 006/10, este discutido pelo
vereador Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador
Alceu Brasinha. Após, o vereador Reginaldo Pujol manifestou-se, solicitando
que, após o retorno das atividades no Plenário Otávio Rocha, fossem realizadas
obras de reforma no Plenário Ana Terra. Às dezesseis horas e quarenta e cinco
minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo vereador Nelcir Tessaro e secretariados pelo vereador
Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos às
Hoje, no período de Comunicações, teremos um tema
específico, que é a dengue. Os palestrantes serão a Srª Maria Mercedes, o Sr.
Luiz Pallares e o Sr. Marcelo Valandro, representantes do Comitê Gestor do
Combate à Dengue da Secretaria Municipal da Saúde.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, inscrevi-me bastante
rapidamente agora para registrar que o Brasil inteiro hoje comemora a aprovação,
na Câmara Federal, do Projeto de Lei de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, então
Vereador, hoje Deputado Federal. O Deputado tem uma parceria, e esta aprovação
precisa ser comemorada. Aliás, Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, do
interior do Estado, inclusive, já estiveram enviando e-mails e pedidos a Deputados Federais, para que votassem
favoravelmente à ideia. Está aprovado pela Câmara dos Deputados, por 369 votos
a 2, este Projeto que, como nós estamos defendendo desde o primeiro dia em que
aqui estivemos, propõe a mudança na lei federal que trata da distribuição de royalties do petróleo brasileiro. Pela
atual legislação, apenas dois ou três Estados e em torno de 500 Municípios
brasileiros levam a quase totalidade dos recursos decorrentes dos royalties do petróleo.
A proposta do Deputado Ibsen, que também foi,
inicialmente, nossa ideia aqui na Câmara, e que eu mandei para diversos
Municípios do Estado, é distribuir os royalties
do petróleo e do Pré-Sal, caro Ver. Mauro Zacher, pela mesma sistemática que se
distribuem os impostos da União, Fundo de Participação dos Estados e
Municípios. O Projeto até agora encaminhado propõe que sejam distribuídos esses
recursos para todos os Estados e Municípios do País. Isso é uma vitória para a
Federação brasileira. Desde o dia 1º de janeiro, tenho dito que o Brasil
precisa lutar para que se distribuam os royalties
do petróleo na mesma sistemática do Fundo de Participação dos Estados e
Municípios.
De acordo com um estudo que apresentou a
Confederação Nacional de Municípios - aliás, fizemos um encontro, aqui na
Câmara, com a Confederação -, Porto Alegre passa de 1,752 milhão para 16,214
milhões de reais, meu caro Ver. João Dib, tendo um acréscimo, se essa lei for
aprovada, de 14,462 milhões de reais. Os jornais já estão dizendo que o
Presidente Lula vetaria essa proposta. Nós não acreditamos nisso, mas, se ele
vetar, temos a absoluta consciência de que os deputados e senadores manterão a
lei aprovada. Desde o início, tenho ouvido que aqui não seria o momento e o espaço
para tratar disso. O royalty do
petróleo e do Pré-Sal, na verdade, é assunto que mereceu, merece e deve sempre
merecer a atenção dos Vereadores atentos às questões dos Municípios.
Então, repetindo, sei que fui o primeiro
parlamentar brasileiro que falou desse tema, dizendo que os royalties do petróleo e do Pré-Sal não
são de um ou de dois Estados; é da Federação brasileira. Repito: fui o primeiro
parlamentar brasileiro que tratou disso! E hoje digo - e está escrito nos
jornais - que os Municípios brasileiros estão comemorando o acontecimento de
ontem na Câmara Federal. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras; meus
senhores e minhas senhoras, o Ver. Ferronato acaba de falar sobre a votação
histórica, retumbante até, lá na Câmara Federal, sobre a distribuição dos
recursos do Pré-Sal, que deve ser feita da mesma forma que o Fundo de
Participação dos Municípios, com emendas de dois deputados, sendo que um deles
é o nosso ex-Vereador Ibsen Pinheiro.
Eu quero dizer, em primeiro lugar, que não acredito
muito nesses recursos do Pré-Sal, que são algo aleatório, mas, de qualquer
forma, muitos Prefeitos estavam presentes ontem na Câmara Federal, e, no
mínimo, 170 deputados não compareceram para votar. E era um assunto que
interessava a todos os Municípios brasileiros. Cento e setenta deputados não
compareceram para votar! Quando eu digo que não precisamos de 513 deputados,
alguns ficam em dúvida. O exemplo foi ontem, quando Prefeitos estavam
presentes, e não conseguiram o voto dos 513 deputados num momento importante da
vida do País - não havia a totalidade dos deputados! Mais de 33% deles não
estava lá, e eles só votam em um ou dois dias na semana, só! E, no resto, eles
andam por aí. Portanto, é uma coisa que eu registrei ontem. Ao mesmo tempo,
assisti a uma parte da Sessão do Senado. Lá se apresentou o Conselho Nacional
de Juventude - Conjuve -, e os jovens disciplinados, educados, bateram palmas
quando os oradores falaram. O Senador Paim foi o primeiro a alterar as regras
do Senado. Pela ordem, já havia um orador inscrito indo em direção à tribuna, e
o Senador Paim teve a palavra. Eu acho que todos os senadores que estavam no
plenário, não mais do que 10 ou 11, todos eles falaram e todos eles disseram a
mesma coisa: o Projeto da Juventude será aprovado por unanimidade. Isso me leva
a pensar que a presença dos Prefeitos e dos jovens faz com que se movimentem o
Senado e a Câmara.
Então, nós precisamos mandar pedir, através de
todos os vereadores do Rio Grande do Sul, que seja votada a regulamentação da
Emenda Constitucional nº 29, do ano 2000 - ela já tem 10 anos! -, que determina
que o Governo Federal aplique 10% na Saúde, fazendo com que os Estados e
Municípios tenham melhores condições de atendimento, porque quase toda a renda
da tributação nacional vai para as mãos do Governo Federal - mais de 60%! Essa
Emenda, se encher de vereadores, se encher de prefeitos o plenário ou, pelo
menos, se todos os vereadores mandarem um e-mail
para os seus deputados, talvez seja votada este ano. Era para ter sido
votada em 2008, e o Governo impediu que isso acontecesse. Foi clara a posição
do Líder do Governo, Henrique Fontana - e inclusive a do meu Partido também -,
se manifestando contrário à regulamentação desta Emenda.
Verª Fernanda, o PSOL queria que fosse votada, devo
dizer a Vossa Excelência, mas a maioria dos Partidos atendeu ao Governo e, submetidos
ao Governo, porque, em 2008, haveria eleições municipais, não votaram. Seria
votada em 2009. Em 2009, uma única vez falaram sobre a Emenda Constitucional nº
29, e foi o Deputado Darcísio Perondi que falou que seriam votadas a Emenda
Constitucional nº 29 e a CPMF, mas uma única vez, em um único pronunciamento!
Então eu chego à conclusão de que nós precisamos
pressionar, mas pressionar mesmo, para que não cheguemos às nossas tribunas e
lamentemos a falta de atendimento à Saúde em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul
e no Brasil. É tudo igual, não há recurso do Governo Federal. São 4%, e eles,
inclusive, já quiseram colocar os hospitais-escola como despesa de Saúde, para
que ajeitassem os 4% da melhor maneira. E já tiraram verba de publicidade dos 4%
da Saúde. Portanto, a Saúde vai mal no Brasil, porque o Governo Federal não
aceita regulamentar a Emenda Constitucional nº 29, que é do ano 2000. Ela tem
10 anos! Para uma lei, 10 anos é muito tempo, tem que ser regulamentada.
Lamentavelmente, as informações da Câmara Federal são de que não será votada a
regulamentação este ano. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu gostaria de falar sobre um
assunto que, certamente, chocou todos nós no dia de hoje, a respeito do grau de
violência que chegou entre os jovens, inclusive de baixas faixas etárias; uma
menina de 13 anos assassinou uma menina de 16 anos, a facadas, por uma briga
secundária; um menino de 13 anos, dentro da escola, com um canivete, atingiu,
aqui no Rio Grande do Sul, um menino de 17 anos; outro, com uma arma com
calibre 22, dentro da sala de aula, com as professoras e a comunidade escolar,
evidentemente em choque. Tudo isso nos traz, em primeiro lugar, várias
reflexões sobre as causas dessa violência e da proliferação da violência entre
a juventude.
Agora eu ouvia a Profª Nádia, do Núcleo de Estudos
da Violência, da USP, falando sobre o problema da desagregação familiar, da
falta de perspectivas para a juventude, das escolas que não disponibilizam o
Ensino Médio noturno, da falta de política de cultura, de estudo permanente
para esses jovens e do narcotráfico, que está incrustado na maior parte das
periferias do nosso País como a primeira, quiçá, a única - entre aspas -
alternativa para esse jovem que logo vira um “aviãozinho”, que logo vira mais
um ser descartável para as gangues capitalistas - como diria Heloísa Helena -
do narcotráfico.
Apesar de nos chocar, nós fizemos, inclusive na
Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, sob a Presidência do Ver.
Mauro Zacher, um debate sobre aquele episódio, aquela tragédia do Parque da
Redenção entre duas gangues, que vitimou um menino de 15 anos na nossa Capital.
Nós, na Comissão, sabemos da dificuldade que é debater segurança, porque,
infelizmente, alguns dizem que o problema é a maioridade penal, quando, na
maior parte dos países do mundo em que houve a redução da maioridade penal, não
só não diminuíram os índices de violência entre jovens como aumentaram!
Outros dizem que o problema é só a repressão, que
não é um problema social incrustado numa sociedade de desiguais, de pobreza, de
miséria, de pouca alternativa e, ao mesmo tempo, com poucas políticas públicas
de inclusão desses jovens. Digo isso porque gostaria de falar sobre isso, e o
Ver. João Antonio Dib me instigou a falar em mais dois temas que me preocuparam
muito no cenário nacional e que estão vinculados ao problema da violência entre
os jovens.
O primeiro deles é sobre a questão do Pronasci, que
é um programa bastante interessante de Segurança, que agrega as mães, as
comunidades, setores da Polícia Militar, para que, de fato, exista uma política
mais humana de segurança dentro das comunidades. Entretanto, o Governo Federal,
o Governo Lula, orçou, Ver. João Antonio Dib, dois bilhões de reais para o
Pronasci no ano passado. V. Exª sabe quanto foi executado? Oitocentos e
sessenta milhões, ou seja, um bilhão e cem milhões de reais o Governo não tirou
do papel para aplicar numa questão tão importante como uma política de
segurança humana nas periferias.
Enquanto isso, Ver. Mauro Zacher, 380 bilhões foram
gastos pelo Governo Federal para pagar apenas os juros e a amortização da dívida
interna pública. É importante que todos saibam que 70% é destinado às famílias
brasileiras mais ricas, aos grandes meios de comunicação, aos grandes bancos
que, na verdade, estão consumindo os recursos do nosso País numa dívida
impagável, imoral, ilegítima na qual, infelizmente, o Governo Lula não teve
vontade política para fazer uma auditoria, como outros países da América Latina
fizeram, a exemplo do Equador, que conseguiu reduzir em 70% a sua dívida
interna a partir de uma auditoria.
O Ver. Pedro Ruas deu um exemplo, num debate da TV
Ulbra, que eu gostaria de perguntar para todos. Se a gente, na nossa casa,
recebesse um carnê com uma dívida para pagar, sem o nome de quem vai receber,
sem saber por que está pagando, alguém daqui pagaria? Tenho certeza de que não.
E, lamentavelmente, é para isto que o Governo Yeda sangra 18% do Orçamento do
Estado, para a dívida interna pública, e o Governo Lula faz isso lá,
nacionalmente, pagando uma dívida que ninguém sabe quem foram os grandes que
usufruíram e que está saindo da verba das políticas sociais do nosso País.
Eu queria lamentar também esta posição política do
Líder do PT, na Câmara Federal, de dizer que, já que é ano eleitoral, devemos
parar com as votações do Projeto de Emenda à Constituição. Pois justamente
porque é ano eleitoral é que tem de haver mais votações de projetos importantes
para a sociedade, porque é nesses momentos que os deputados estão sob a pressão
da sociedade, dos movimentos sociais, sabendo que a eleição se aproxima, e é um
momento ímpar para que haja conquistas para os movimentos sociais e para os
trabalhadores. Portanto, eu queria lamentar essa posição e dizer que esse
debate da Segurança tem que estar associado ao debate do problema social. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni, proponente do período
de Comunicações de hoje, está com a palavra.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, ao cumprimentá-lo, cumprimento os nossos convidados,
os nossos colegas Vereadores, Vereadoras. Nós, Vereadores de Porto Alegre, e a
comunidade de uma forma geral, com certeza, Ver. Todeschini, temos uma grande
preocupação com a saúde da população. E, agora, Dr. Raul, Ver. Todeschini, Dr.
Thiago, nós percebemos que este surto de dengue, lá em Ijuí, acabou preocupando
não só a região como todo o Estado do Rio Grande do Sul. Então, nada mais, nada
menos do que nós convidarmos para virem à Câmara de Vereadores pessoas que
trabalham na área, que entendem do assunto, para nos dizerem o que está sendo
feito em Porto Alegre.
Uma das preocupações dos Vereadores e da sociedade
em geral é a informação que saiu na imprensa, de que nós teríamos apenas 60 ou
70 agentes de combate a endemias, no caso para combater o mosquito da dengue.
Ora, nós sabemos que sempre tivemos 300 agentes ou além disso. Nós queremos
aqui nos somar, como Comissão de Saúde e como Vereadores, para tentar
contribuir com os nobres profissionais da área, para que intercedamos junto ao
Município, ao Estado, enfim, e que Porto Alegre tenha, de fato, as equipes
necessárias para que, ao menos, se amenize o problema, para que não se estenda
a outras cidades ou à população toda, como aconteceu, infelizmente, lá em Ijuí.
Então, queremos saber o número atual de focos da dengue em Porto Alegre,
quantos funcionários estão trabalhando na área, qual a perspectiva da
Secretaria e, depois, abriremos para o debate, com muita alegria e também com
preocupação. Agradecemos, desde já, a presença.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O tempo regimental de 20 minutos para a
manifestação dos membros do Comitê Gestor de Combate à Dengue, da Secretaria
Municipal da Saúde, será dividido entre dois oradores.
O Sr. Luiz Carlos Pallares está com a palavra.
O SR. LUIZ
CARLOS PALLARES: Boa-tarde a todos. Eu sou Coordenador da Rede de
Assistência Básica à Saúde na cidade de Porto Alegre e vou começar a
manifestação tratando da parte que eu considero, neste momento da dengue no
Município de Porto Alegre, de menor importância, que seria o tratamento de
casos autóctones, se nós viéssemos a tê-los no Município de Porto Alegre. Mais
adiante, a Drª Mercedes vai se manifestar sobre a parte preventiva, que é o
foco no momento.
A situação atual da dengue no Município de Porto
Alegre é a seguinte: até há pouco tempo, eram seis casos, e agora fiquei
sabendo que são oito casos importados, ou seja, são pessoas que se infectaram
fora do Município de Porto Alegre, que vieram apresentar as manifestações da
enfermidade aqui no Município e tiveram os casos diagnosticados aqui. A
importância desses casos reside na
necessidade que nós temos de fazer o bloqueio. A Drª Mercedes, depois, vai
especificar para os senhores como é que se faz isto, ou seja, a eliminação do
mosquito num raio de 150m do domicílio da pessoa e a solicitação para que,
durante o período infectante, a pessoa não abandone o seu Município. Sobre os
detalhes da prevenção, depois ela vai se manifestar.
O que eu vou dizer
rapidamente aqui, que talvez seja algo do interesse dos senhores, é o que nós
faríamos no caso de nós termos uma epidemia de dengue dentro da cidade de Porto
Alegre.
Eu sou o Coordenador
da Rede de Assistência à Saúde em Porto Alegre; portanto responsável pelos
Centros de Saúde, pelos Programas de Saúde da Família - os PSFs - e pelas
Unidas Básicas de Saúde da cidade de Porto Alegre. As Unidades Básicas de
Saúde, embora sejam numericamente menos importantes, são em torno de 50 e
poucas dentro da cidade de Porto Alegre contra 101 equipes de Saúde da Família
e cobrem 80% da população.
Então, nós estamos
bastante preocupados com o que ocorreria se nós tivéssemos um fenômeno
semelhante ao que ocorreu nos anos anteriores, na cidade do Rio de Janeiro.
O que eu estou
fazendo, no momento? Eu estou procurando me antecipar a uma necessidade que
pode se configurar nos próximos meses. O que eu fiz? Eu me reuni com os oito
gerentes distritais - nós temos oito gerentes distritais na cidade de Porto
Alegre - e solicitei que eles fizessem um levantamento. Essa é a situação atual
do que nós estamos fazendo na Coordenação, neste momento. Solicitei que eles
vissem quais são as Unidades Básicas de Saúde e os PSFs que teriam uma sala
para fazer o acolhimento desses pacientes, porque a dengue se agrupa,
basicamente, em quatro grupos; os que merecem mais atenção são o terceiro e o
quarto grupo, que são as formas hemorrágicas e as formas que se acompanham com
choque.
No Rio de Janeiro, a
mortalidade foi extremamente alta enquanto não houve a triagem desses
pacientes; os pacientes com dengue ficavam na fila, e os grupos um, dois, três
e quatro eram atendidos ao mesmo tempo, por ordem de chegada, o que é
absolutamente errado.
Então, o que acontece
numa situação de dengue? Nós temos que fazer uma triagem imediata dos pacientes
em questão de minutos. Nós temos que definir em que grupo o paciente se
encontra: se ele está no grupo um ou dois, ele pode esperar; se ele está no
grupo três ou quatro, ele tem que ser atendido imediatamente.
Então, o que eu
solicitei aos gerentes distritais é que me dissessem quais são as UBSs e os
PSFs que teriam uma sala onde se pudesse fazer, em primeiro lugar, a triagem, a
observação dos pacientes em cadeiras e a espera por uma vaga em hospital ou
emergência, em uma maca, até que se conseguisse passar o paciente para um serviço
de maior complexidade.
A segunda providência
que eu tomei foi ver os quadros de pessoal; aliás, eu não vou me deter nisso,
pois não é o nosso tema de hoje em dia, mas este é o principal problema na rede
de assistência básica de Saúde: o quadro de pessoal.
Então, eu gostaria
que, no caso de uma epidemia de dengue, nós tivéssemos pelo menos um
profissional todo o dia disponível para o atendimento desses pacientes tanto no
que diz respeito à triagem quanto no que diz respeito ao tratamento inicial.
A terceira
providência que eu pedi é que vissem os insumos. Na rede de assistência básica
à Saúde, nós não estamos acostumados a dar soro; o soro, digamos assim, é a
droga fundamental para o atendimento imediato ao paciente com dengue; eles
morrem de choque, por falta de volume. Basicamente, muito simplificadamente, é
isso. Então, nós estamos providenciando que tenhamos, na rede de assistência
básica, um volume de soro em quantidade para fazer frente a uma necessidade
desse tipo.
Então, é assim: sala,
pessoal e insumos e, além disso, uma boa articulação com a SAMU, com os
serviços de emergência e com os hospitais. Essa é a responsabilidade da rede,
porque as pessoas dizem: “Não, a rede não tem nada a ver com a dengue, porque
as pessoas precisam ser atendidas em hospital de emergência.” Mas, no caso de
uma epidemia, a pessoa vai à rede; se ela está com febre, se ela está com
manchas na pele, ela quer saber o que ela tem, ela quer saber, ela vai ir ao
lugar correto; aonde mais ela vai? Ela não pode se aglomerar em emergências
para ter uma informação que muitas vezes é básica.
Assim nós queremos
estar preparados para isso, e essas são as providências que estamos tomando.
Hoje à tarde mesmo, eu vou me reunir com pessoas que estiveram presentes na
epidemia do Rio de Janeiro, quando houve aquela situação de que todos lembram,
e vou procurar aprender com a experiência dessas pessoas o que nós podemos
utilizar para o enfrentamento da dengue na cidade de Porto Alegre.
Bem, se os senhores
quiserem arguir sobre o tema, eu estou à disposição; essa é a parte menos
relevante, no momento, porque nós não temos caso autóctone na cidade de Porto
Alegre. Vou deixar a maior parte do tempo para a Mercedes se manifestar, porque
a parte mais candente, no momento, realmente, é a prevenção, e quem é
responsável pela prevenção é a CGVS, a Vigilância Sanitária da cidade de Porto
Alegre, e a Mercedes está representando essa unidade da Secretaria no momento.
Muito obrigado.
A SRA. MARIA MERCEDES BENDATI: Boa-tarde a
todos. Nós gostaríamos de aproveitar a oportunidade para esclarecer os
Vereadores e o público sobre algumas destas questões relacionadas ao Programa
Municipal de Prevenção à Dengue.
Como disse o Dr.
Pallares, nós ainda estamos nessa fase de prevenção; então as ações são de
responsabilidade da Vigilância e Saúde, e nós seguimos uma diretriz que não é
criada no Município. Em nível federal, existe um Programa Nacional de Combate à
Dengue, que tem atribuições no nível federal, no nível estadual, ligada aos
Municípios que tenham, na municipalização, a execução dessas atividades.
Ressaltamos também
que, como é um programa, ele não é ocasional, ele ocorre durante todo o ano,
constantemente; então é uma ação permanente que o Município tem de prevenção à
dengue.
Quero lembrar que,
quando a gente fala em dengue, nós estamos falando de uma doença causada por um
vírus e transmitida por um vetor, que é a espécie de mosquito aedes aegypti. Essa espécie de mosquito
já foi identificada em Porto Alegre desde 2001. Então, desde 2001, nós estamos
convivendo com esse organismo na nossa Cidade, e, desde 2001, nós já tivemos
vários casos de pessoas que vieram com dengue de outros Estados, até de outros
países. Foram mais de 200 casos que nós acompanhamos nesse período e
conseguimos evitar que houvesse os casos que nós chamamos de autóctones, quer
dizer, quando a pessoa contrai essa doença no próprio local, que seria, no
caso, na cidade de Porto Alegre.
Bem, qual é a
situação que nós temos, então, em função de estrutura para realizar essa
prevenção da dengue? Como eu comentei, a ação de prevenção à dengue é baseada
em um programa nacional que tem dez diretrizes; são dez formas de ações que
envolvem, por exemplo, a comunicação social, as campanhas de divulgação de
informação à população; as ações educativas, que envolvem o repasse, através
das instituições, dos níveis de Educação na rede privada, estadual e municipal.
Existe uma diretriz também que se refere à legislação. Então, os instrumentos
legais estão disponíveis para que a fiscalização, a visita aos imóveis fechados
ou a questão de acompanhamento dessas situações, tudo possa ser realizado pelo
Município.
Existe também uma
diretriz, que é o acompanhamento dos casos via notificação da Vigilância
Epidemiológica; existem também as ações das diretrizes que se referem a ações
de infraestrutura e saneamento. Então nós sabemos que, em muitas áreas do País,
por exemplo, existe carência de abastecimento público de água; as pessoas
acabam tendo que reservar água em recipientes, tonéis, e isso acaba sendo um
facilitador, um criadouro de mosquito. As ações de saneamento podem reduzir os
casos de dengue. E, finalmente, uma dessas ações é o controle do vetor através
da atuação dos agentes de combate a endemias.
Então estou querendo,
com isso, ressaltar que a atuação de agentes de combate a endemias não é a
única forma que se tem de prevenção à dengue, é uma entre as dez diretrizes que
se devem trabalhar no Programa.
Desde 2001, quando se
identificou a presença do vetor na Cidade, a Secretaria Municipal da Saúde,
através da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde instituiu ações para
realizar esse monitoramento através das visitas com agentes ou com pessoas que
realizassem visitas domiciliares. Em função se ter iniciado um processo
solicitando que houvesse contratação de agentes de combate a endemias para essa
área, não foi possível e se realizou o trabalho com agentes estagiários - eram
estagiários de nível superior que realizavam esse trabalho.
Em 2006, o Ministério
da Saúde veio a Porto Alegre e
identificou que isso não era uma função que estava sendo feita de forma
adequada e que deveriam, sim, ter contratado esses agentes, que esse seria um
cargo específico para essa questão. Bem, Porto Alegre nunca havia tido, não
existe esse cargo dentro do quadro de cargos do Município, e, mesmo com a
situação referendada explicando que havia essa orientação do Ministério da
Saúde, não foi realizada essa contratação.
Em 2007, quando
houve, então, a nossa primeira situação de epidemia de dengue no Rio Grande do
Sul, com o surto que se realizou nas cidades de Giruá e Erechim, foi então
evidenciado que sim, o Estado do Rio Grande do Sul - que, até o momento, se
mantinha sem a ocorrência de casos autóctones de dengue - poderia vir a
desenvolver essa doença, ter mais um agravo, mais uma situação de doença com
grau sério de letalidade, porque poderia haver casos letais acontecendo no
Estado.
Foi então que, em
julho de 2007, em Porto Alegre, o Sr. Prefeito autorizou a contratação, de
forma emergencial, de Agentes de Combate a endemias, Supervisores de Campo e
Biólogos Supervisores de Campo. Nesse período de julho, foram chamados cem
Agentes, dez Supervisores e um Biólogo. Por que existe essa orientação? O
Ministério da Saúde recomenda que, para cada dez agentes, se tenha um supervisor
que acompanhe isso em campo; e para cada dez supervisores, um técnico de Nível
Superior, um biólogo, que, então, organiza e orienta essa atividade das
equipes.
Bem, nós passamos o
ano de 2007 e meados de 2008 fazendo esses contratos, porque, frente à Legislação
Municipal, a Lei nº 7.770, todos os contratos emergenciais são temporários com
duração de até 120 dias. Então nós fizemos essas contratações a cada quatro
meses, chamando essas pessoas que haviam sido selecionadas.
Paralelamente a isso,
já havíamos iniciado um processo na Prefeitura solicitando a criação dos cargos
de Agente de Combate a endemias, Supervisor e Biólogo para o Programa da
Dengue, justificando, então, que esse seria um cargo novo, realmente, a ser
criado na Cidade em função de um quadro epidemiológico no Estado, em função de
haver demanda. Foi deixado claro que o Agente de Combate a endemias não trata
só de dengue, ele pode trabalhar com outras doenças e situações causadas por
vetores, como leishmaniose, como a
parte de roedores, como outros casos relacionados a zoonoses e que, então,
seria importante que a Cidade atualizasse a sua demanda de cargos na área da
Saúde, para que pudéssemos ter os nossos Programa de Prevenção à Dengue de
forma permanente e continuada no Município. Porém essa demanda não foi atendida
naquele momento. Então, nós passamos o ano de 2008 também com contratos
temporários, fizemos novos processos seletivos; isso também em 2009, e agora,
em 2010, também. Quer dizer que ainda estamos mantendo os contratos temporários,
apesar de estarmos em permanentes tratativas para que haja o convencimento dos
gestores em relação à necessidade de criação de cargos, em face dessa demanda e
de uma situação epidemiológica que nós estamos vendo que não foi única.
O ano de 2010 já nos
mostrou que o Estado está suscetível à entrada desse vírus. Então, nós
fazemos todo o esforço para evitar que ele chegue a Porto Alegre, mas a
situação de Capital, com a mobilidade de pessoas - não só pensando em termos de
outros Estados que chegam via aérea, mas toda a mobilidade em termos de
rodovias, com a Região Noroeste do Rio Grande do Sul e de outros Estados -, faz
com que o risco seja maior.
Eu gostaria de ressaltar um aspecto fundamental na
questão de prevenção à dengue. A dengue é uma doença muito complexa no seu
controle, tanto é que hoje mais de 100 países no mundo sofrem com a doença. A
dengue não é uma doença exclusivamente dependente de ações do setor Saúde.
Então, não adianta nós termos um milhão de agentes de combate a endemias
entrando nas casas das pessoas uma vez a cada semana, se os próprios moradores,
se as comunidades, se as empresas, se as instituições não se apropriarem dessa
questão, dando uma contrapartida com ações de prevenção. E por quê? Porque o
mosquito da dengue, como vocês já devem ter ouvido nas divulgações da mídia, da
imprensa, é um mosquito que está muito relacionado ao ambiente urbano que nós
vivemos; ele convive, se adaptou a toda essa forma de espaços que a nossa
Cidade, que o nosso meio de vida proporcionam, e isso quer dizer que ele também
se adaptou à presença do material descartável, ao uso de garrafas pet, de latas, de embalagens, e isso, de
forma impressionante, faz com que aumente a formação de resíduos sólidos. Os
locais onde ficam materiais de construção, caliça, que podem acumular água; as
próprias estruturas construtivas, as calhas, os ralos, todos são locais nos
quais essa espécie de mosquito consegue colocar seus ovos e, com isso, se
reproduzir.
Então é importante ressaltar que estamos
trabalhando com essas ações do Poder Público e podemos ver que elas têm sido
efetivas, porque, desde 2001, temos o mosquito na Cidade e, até agora, não
tivemos nenhum caso autóctone de dengue em Porto Alegre. Isso quer dizer que a
nossa estratégia está funcionando, e eu diria que é uma estratégia baseada no
uso inteligente da nossa pouca capacidade, fazendo uma vigilância
epidemiológica dos casos, fazendo uma vigilância entomológica de todos os casos
suspeitos que temos e fazendo essas ações de bloqueio, quando temos a
confirmação sorológica desses casos.
Nós entendemos que o Programa de Prevenção à Dengue
tem de se consolidar em Porto Alegre, no sentido de que ainda precisamos, temos
carências estruturais, mas lembramos que é uma ação que depende muito da
parceria e dos outros segmentos da sociedade. As pessoas têm uma tendência a
uma postura muito paternalista e cobram do serviço público uma ação de vistoria
e visita nos seus imóveis, quando são da sua própria responsabilidade essas
ações.
Não entendemos que Porto Alegre tenha que ter
agentes para fazer ações que são de responsabilidade do morador. O Agente de
Combate a Endemias tem uma função mais de educação, de orientação e de
informação para as pessoas, e por isso as suas visitas são no sentido de dar
uma visão geral do problema ao morador para informá-lo sobre a questão da
biologia do mosquito. Muitas pessoas ainda não sabem - pois, quando nós falamos
em mosquito, as pessoas normalmente imaginam um mosquito adulto, o que está
voando - que o mosquito tem uma fase de vida aquática, com postura dos ovos,
das larvas e a pupa, e que toda a nossa forma de controle é, justamente, nessa
fase aquática, quando a maioria das pessoas não vê. Jamais alguém viu uma larva
de mosquito, a não ser que estivesse procurando a larva; e ovos de mosquito,
muito menos, porque são microscópicos. As pessoas têm que acreditar, têm que
saber dessa informação, para que elas possam compreender por que está sendo
cobrado delas o cuidado - e a mídia sempre diz: evite a água limpa e parada -,
e a pessoa pergunta o porquê disso, se o mosquito está voando.
A pessoa tem de entender que aquela fase de vida
aquática depende de nós, na nossa Cidade, termos tantos lugares que acumulam
água; e não é só o Agente de Combate a Endemias, não é só Poder Público os
responsáveis para fazer o controle. Essa parte tem de ser dividida com toda a
sociedade; é uma mudança de postura nossa, como cidadãos; é uma cultura que
precisamos ter para o convívio com o mosquito daqui para frente, porque não há
mais condições biológicas de pensarmos em erradicação desse organismo nos
ambientes urbanos. Ele está muito bem adaptado a essas condições. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Agradecemos as palavras da Srª Maria Mercedes e do
Sr. Luiz Pallares.
A palavra está à disposição dos Srs. Vereadores.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.
(Pausa.) Desiste.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ERVINO
BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
cumprimento os demais componentes da Mesa, Drª Mercedes, Dr. Luiz, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara e Rádio
Web. Este é um momento muito importante. Uma reunião como esta tem de ser
levada muito a sério, porque, conforme foi dito aqui pela Drª Maria Mercedes e
pelo Dr. Luiz Pallares, a responsabilidade é de todos nós.
Quero agradecer ao meu querido colega Ver. Engº
Comassetto, que estava inscrito e me cedeu o tempo para falar no período de
Comunicações no dia de hoje.
Ver. José Aldacir Oliboni, V. Exª falou que só
temos 70 agentes, mas precisamos de trezentos; nós precisamos de muitos mais, e
a responsabilidade é de todos nós. Se colocarmos 300, 400 ou 500, sem que a
comunidade tome consciência, não adianta. Todos nós, Vereadores, temos que
fazer um trabalho, assim como fizeram a Assembleia Legislativa, as associações
de moradores, os clubes de mães, até os clubes de futebol! Como é que a
Secretaria vai ter condições de controlar a nossa Porto Alegre e a nossa Grande
Porto Alegre?
É bom este debate para as pessoas que nos assistem
pela TVCâmara e acompanham o trabalho dos Vereadores também aqui,
presencialmente, para que tomem conhecimento e façam, em suas residências, no
pátio de suas residências, esses procedimentos. Às vezes, as pessoas não se dão
conta que ali tem um vaso com flores ou que, num recipiente qualquer, tem um
depósito d’água. Eu faço isso lá em casa e sei que a maioria de vocês também
faz. Então, temos que orientar as pessoas para conscientizá-las da
responsabilidade, o que também temos que fazer nos colégios, através das
Secretarias Municipais, orientando as escolas e suas direções para divulgarem
aos alunos e a suas famílias o cuidado que devem ter em suas residências.
Também as igrejas de todas as religiões, no horário
de culto ou de missa, devem fazer esse alerta à população quanto à prevenção da
dengue, mesmo porque a Secretaria do Estado, com toda a sua estrutura, com
todos os seus agentes, não terá condições de visitar todas as residências,
orientando a população.
Então, todos nós devemos, no mínimo, ter essa
parcela de responsabilidade, de fazer a nossa parte orientando as pessoas.
Muitas vezes os agentes chegam numa residência e não conseguem visualizar todo
o pátio da casa. Então, quem tem que ver isso, Ver. Carlos Todeschini, é a própria
família.
E também há os cemitérios. Nós sabemos, meu caro
Presidente, que nos cemitérios há um grande risco. Fica difícil para os agentes
verificarem toda a estrutura do cemitério. Temos que orientar o administrador
do cemitério, a equipe que administra o cemitério para que revise tudo
semanalmente. Ali também é um foco da dengue, de grande risco.
Então, é oportuna a vinda, hoje, aqui, da Drª Maria
Mercedes e do Dr. Luiz Pallares, que expuseram o seu trabalho, alertando esta
Casa e mostrando esses dados para que nós, em conjunto com a sociedade, façamos
a nossa parte, estendendo esse conhecimento para toda a população de Porto
Alegre ter esse cuidado, porque as nossas vidas estão em jogo, a vida da nossa
família está em jogo, a vida de nossos amigos e da comunidade em geral está em
jogo.
Portanto, parabéns, Dr. Luiz Pallares; parabéns,
Drª Maria Mercedes. A Câmara Municipal, hoje, está fazendo o seu papel. Vocês,
que são profissionais na área, estiveram aqui trazendo dados, com o seu
conhecimento. Nós também faremos a nossa parte. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. José Aldacir Oliboni está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOSÉ
ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, nossos convidados no dia de hoje, Dr. Luiz Pallares e Drª Maria
Mercedes, quero dizer que, nas quintas-feiras, nós temos esse espaço
institucional para trazer agentes políticos públicos e discutirmos algum
problema, algum projeto de lei importante para a Cidade. Nós, Vereadores e a
população de Porto Alegre entendemos que o combate ao mosquito da dengue é,
sim, uma questão de serviço público. E com a atribuição de Vereador, nós temos
que fiscalizar os serviços públicos e, ao mesmo tempo, como Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, colocarmo-nos ao lado dos senhores e das senhoras para
contribuir nessa relação que fizemos com o Executivo. Entendíamos e entendemos,
até o momento, que, no que se refere à deficiência de algum profissional ou de
alguma política, a Casa pode ser esse elo entre o Executivo e o Legislativo,
para melhorar a política que os senhores estão implementando. Talvez seja esse
o motivo pelo qual estamos discutindo aqui a ideia de contribuir no combate ao
mosquito da dengue, e percebemos, claramente, pela colocação dos nossos
palestrantes, que, se lá em 2007, surgiu o primeiro caso do mosquito da dengue
em Porto Alegre, conforme a Maria Mercedes acabou de dizer aqui,
em 2010 teríamos já 200 casos. Vejam só, de 2007 a 2010, já comprovados, 200
casos! Não deixa de ser uma premissa de preocupação, até porque nós sabemos
que, muitas vezes, nós não temos o agente que trabalha durante todo o ano; ele
é um profissional temporário, que trabalha geralmente três meses, no período do
verão. E em janeiro e fevereiro, os senhores estão sabendo, as praças da Cidade
estão abandonadas, o DMLU não faz a limpeza adequada. Então, há um agente
público para fazer a sua parte e há o cidadão que deve fazer a sua parte na sua
casa. Nós estamos aqui dialogando com todos, no intuito de contribuir no
combate à dengue.
Eu ouvia o Dr. Luiz,
que falava que o ideal é ter um agente em cada unidade de saúde, é ter um
agente em cada PSF. Nós temos cinquenta e poucas unidades de saúde e 94 equipes
de PSF.
Nós estamos dizendo,
Dr. Luiz, como V. Exª acaba de dizer, que são necessários, no mínimo, 240
profissionais que atuem diretamente para receber o cidadão que pode estar
infectado ou não pelo mosquito, e uma sala adequada, e encaminhá-lo a uma
emergência que dê a ele prioridade. Este é o encaminhamento de um profissional
que nos sensibiliza para agregarmos uma proposta intermediária, boa, diga-se de
passagem.
Além disso, a Drª
Maria Mercedes diz o seguinte: nós começamos em 2007 com 100 agentes, sendo que
cada equipe é formada por 10 agentes com um coordenador. Vejam só, se são 100
Agentes de Combate a Endemias, nós temos 10 equipes. Em Porto Alegre, temos 16
regiões do OP, mais uma que está sendo criada, totalizando 17 regiões do OP. Eu
acredito que seria bom senso nós defendermos uma equipe para cada região do OP:
17 equipes, 170 agentes. Acho que é um bom tamanho. Mas não sou eu aqui; o
Prefeito, ou o Secretário, é que vai dizer, de fato, que vai implementar.
O que nós queremos
dizer aqui, Dr. Luiz, Drª Maria Mercedes, é que a Comissão de Saúde e os
Vereadores, todos sensíveis a esta questão, estão disponibilizando esta Casa -
o Presidente foi sensível na ideia de receber o Requerimento e convidá-los -
para continuarmos este debate na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e chamarmos
o Governo, com a ideia de melhorar ou ampliar esse serviço.
Eu até lhe pergunto,
Drª Maria Mercedes, qual é o ideal para Porto Alegre hoje. Eu queria ouvi-la
dizer isso. Nós temos tantos profissionais, mas qual é o ideal? Esse é o
primeiro aspecto. O segundo é, além de saber qual o ideal para Porto Alegre,
saber também o que está sendo feito hoje, quantos profissionais há, e, neste
sentido, com certeza, contribuir com a política de combate à dengue em Porto
Alegre.
O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Oliboni. Parabéns pelo tema. A
prevenção é tudo, Vereador, eu concordo com o senhor. O Governo tem que fazer a
sua parte, mas também nós temos que conscientizar a sociedade de que ela também
tem responsabilidade. A gente passa em diversos locais particulares que estão
tomados pelo mato e pela água. Então, nós também temos o dever, Vereador, de
fazer com que, além do Governo, a sociedade se mobilize e também tenha
responsabilidade. Muito obrigado.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Eu agradeço o
aparte, Ver. DJ Cassiá; nós agradecemos a vinda dos senhores aqui, e a Comissão
de Saúde e Meio Ambiente se coloca à disposição dos senhores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Dr. Pallares, representando a Secretaria da Saúde, e Srª
Maria Mercedes Bendati, que é a bióloga Coordenadora do Programa de Combate a
endemias no nosso Município. Quero registrar aqui que a Mercedes foi diretora
de pesquisa do DMAE, quando eu fui Diretor-Geral; é uma professora e bióloga
muito competente em tudo o que faz. É uma satisfação muito grande tê-los aqui
esta tarde.
É importante
recapitular que a Drª Maria Mercedes fez aqui o diagnóstico de um período
recente sobre o tema e sobre os trabalhos desenvolvidos no combate à dengue,
que não são recentes. Ela informou que iniciaram em 2001, com o trabalho da Prefeitura
- à época, nós tínhamos no DMAE uma atenção especial em apoio à Prefeitura,
também coordenada pela Mercedes; um capítulo especial sobre isso. Depois veio a
evolução - e também a alteração das condições climáticas contribuiu para isso -
e foi falado que esse problema já atinge mais de 100 países, e não são só
países pobres.
Em 2003, eu estive na
Itália e na estação central de Roma. O primeiro cartaz que vi e que me chamou
atenção, foi este: “Guerra alla zanzara! Combate ao aedes aegypti!” Na Termini,
em Roma, que é a estação central de Roma, havia um cartaz, porque a Itália
também estava sofrendo com a dengue. Então não é uma questão que privilegia,
que ataca, que atinge os países pobres, os países em desenvolvimento; ela está
em todo o mundo, onde as condições ambientais favorecem o desenvolvimento do
mosquito, que é o vetor dessa enfermidade.
O assunto é muito
complexo, muito delicado e pode atingir todos, independentemente de classe
social.
Em 2001 ou 2002, eu estive em Natal, e uma das
pessoas de maiores posses da cidade havia morrido de dengue, porque o mosquito
não tem limite, não tem fronteiras, pode atingir todos. E eu repito: as
alterações climáticas que estamos sofrendo favorecem a ecologia do vetor, ou
seja, quanto mais quente, mais fácil é a reprodução do mosquito, e, portanto,
as preocupações aumentam, e estamos vivendo um verão de alta intensidade. Agora
estamos em março, praticamente entrando na primavera, e os dias continuam com
as temperaturas médias de um verão muito quente. Então, temos que estar muito
atentos para estas questões, e cada um tem que fazer a sua parte, é verdade.
No ano passado, tivemos aqui, na COSMAM, a mesma
equipe coordenada pela Maria Mercedes, na ocasião, em especial, pelo
aparecimento de casos de febre amarela no Rio Grande do Sul e aqui no Lami, e
foi enfática a colocação e a demanda para que o Município regularize, efetive e
contrate os agentes, Dr. Pallares.
Tínhamos dois projetos aqui com a mesma natureza,
que era a necessidade de contratar os agentes para o Programa de Saúde da
Família - e isso foi feito em dezembro, graças ao trabalho da Comissão -;
portanto, para dar uma perenidade, estabilidade e continuidade aos trabalhos e
evitar as contratações temporárias e as terceirizações, que a gente sabe que podem
dar margem a outros problemas. Mas este, em especial, necessita de uma
efetivação do programa.
Temos que tirar daqui, Presidente, uma orientação
em conjunto com a Comissão de Saúde, para que aprofundemos este debate, mas que
o Governo envie, em definitivo, para cá o projeto para efetivar a contratação
dos agentes. Este papel é insubstituível, tanto do Governo, que tem que tomar
essa iniciativa, como deste Legislativo, que tem que aprovar a lei para que
tenhamos agentes em vez das equipes temporárias. Inclusive isso gera um
problema, porque, dificilmente se estabiliza uma cultura, porque as pessoas não
podem ser contratadas por mais de 120 dias, tem-se que fazer toda a nova
seleção, e o trabalho não pode parar nem no inverno, nem no verão, porque ele
tem que ser preventivo e envolver a comunidade, e tem que criar uma cultura.
Isso só acontecerá se nós tivermos perenidade, um programa que tenha começo,
meio e fim, que tenha a necessária continuidade e que saiba e consiga envolver
todos os agentes públicos, todos os agentes de Estado e a comunidade também,
mas, para isso, é imprescindível a aprovação da Lei que efetive os Agentes de
Controle a Endemias. E isso não é só a dengue, é a febre amarela, a leishmaniose - que estamos com muitos
casos -, a leptospirose, a raiva -
que também já apareceram muitos casos -, e todas as endemias relacionadas às
zoonoses. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, quero cumprimentar a Srª Maria
Mercedes, que nos dá a honra de comparecer hoje aqui e o Sr. Luiz Palhares. É
um prazer muito grande recebê-los neste plenário, porque, afinal de contas,
estamos discutindo uma das maiores preocupações nos últimos tempos, não apenas
de nós, porto-alegrenses, mas de todos os que estão aqui e que habitam o Rio
Grande do Sul. Com toda a certeza, esse é um dos maiores tormentos vividos por
nós, porque, afinal de contas, o mosquito parece que é incontrolável; a ideia
que se tem é de que realmente o controle do mosquito é muito difícil de ser
realizado.
Outro dia, com o próprio Ver. Todeschini e o Ver.
Comassetto, eu fazia uma certa divergência, porque falávamos qual era a área de
atuação do Município e do Estado, porque a Secretaria da Saúde do Estado tem,
também, um setor de controle de vetores, e quero saber como este controle de
vetores da Secretaria da Saúde do Estado está agindo em consonância com a
Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, para sabermos o que é possível
se fazer ainda para fortalecer este trabalho que está sendo realizado aqui em
Porto Alegre.
Eu acho que não adianta muito estarmos,
simplesmente, aumentando essas equipes para fazer visitações, porque eu
acredito que, por maiores que sejam essas equipes, por mais pessoas que
tenhamos percorrendo as ruas da Cidade, não vamos fazer nenhum trabalho muito
bom se não houver uma conscientização muito grande da população. Eu acredito
que, a esta altura dos acontecimentos, o Governo deveria pensar numa campanha
realmente muito boa, que pudesse conscientizar a população, que pudesse levar
para toda a população esta consciência do perigo que está correndo e do agente
em que ele pode se transformar para poder fazer com que possamos proteger todos.
Acredito que isso não precisaria ser feito apenas com rádio e televisão; os
próprios agentes, as unidades de saúde e carros, simplesmente com
alto-falantes, percorrendo as ruas da Cidade; acho que temos muitas formas de
fazer com que a população seja conscientizada. Eu me lembro de que o Deputado
Vieira da Cunha, na época em que esteve à frente do DMLU, criou um boneco que
percorria as ruas da Cidade. Aquele boneco ficou famoso, e as pessoas acabavam
se queixando do lixo que estava, muitas vezes, acumulado, exatamente se lembrando daquele boneco. Eu não me lembro mais do nome
do boneco, mas acho que essa campanha funcionou muito. Acho que nós estamos
precisando, realmente, de pessoas que possam criar grandes campanhas, campanhas
que possam, de fato, chegar à população e sensibilizá-la. Eu acho que está
faltando isso.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Luiz Braz, quero
contribuir, e eu já disse aqui, nesta Casa, que a única campanha que eu, ao
menos, tive a felicidade de acompanhar - e estou aqui em Porto Alegre há mais
de trinta anos - foi, sim, a campanha desse Deputado do PDT, o qual se chamava
Urbano Limpeza.
E, olha, com certeza,
se até hoje nós lembramos da campanha e do nome é porque valeu a pena. Então,
nossos cumprimentos até por ter citado aquele momento.
O SR. LUIZ BRAZ: Olha, eu acho que
campanha, por exemplo, como esta que está sendo feita para que as pessoas
possam ter consciência do sinal que tem ser feito para atravessar a faixa de
segurança sempre são campanhas muito bem-vindas, porque, afinal de contas, eu
acho que, quando a população se conscientiza de alguma coisa, nós estamos
poupando, inclusive, dinheiro público. Se nós começarmos a contratar e
contratar e aumentar apenas o efetivo que colocamos nas ruas para poder
combater males como esse, daqui a pouquinho, não tem dinheiro mais que chegue.
Então, eu acho que, realmente, o que nós estamos precisando muito é fazer uma
campanha que possa valer a pena, que as pessoas possam ter muita consciência do
perigo que todos nós estamos correndo por causa desse mosquitinho pequenininho,
mas muito perigoso. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maria
Celeste está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; Dr.
Luiz, Drª Maria Mercedes, é uma honra recebê-los neste período de Comunicações
hoje, tratando deste tema tão importante que assola não apenas a população de
Porto Alegre, mas, especialmente, a população do Estado do Rio Grande do Sul.
E eu queria, neste
momento, já solicitar que a Comissão de Saúde pudesse dar continuação a este
tema com a presença da representação da Secretaria da Saúde do Estado do Rio
Grande do Sul. Por que eu falo isso? Porque nós sabemos, Ver. Luiz Braz, que
representa o Governo da Governadora Yeda, que houve problemas sérios na
aplicação dos recursos que deveriam ter sido aplicados na Saúde, especialmente
na prevenção, que acabou, através de uma auditoria do Ministério da Saúde aqui
no Estado, verificando que a aplicação do repasse do dinheiro federal, do
recurso federal, para a Saúde, efetivamente, não foi colocado à disposição da
população do Estado do Rio Grande do Sul e foi colaborar com aquela mirabolante
ideia da Governadora, do déficit zero, colocando, então, o recurso da Saúde
para somar na aplicação do Estado. Agora é que nós verificamos o que foi feito
aqui no Estado, de forma incorreta, ilegal, eu diria até, porque quem está
pagando é a população do Estado do Rio Grande do Sul.
Isso foi verificado,
está sendo feito através dessa auditoria, porque esse recurso, que deveria
estar para o atendimento das pessoas que estão doentes, deveria estar sendo
utilizado para aquelas pessoas que estão nos hospitais - e os médicos que estão
aqui sabem muito mais do que eu o que significa a falta do recurso público na
Saúde - e, especialmente, deveria estar sendo usado em campanhas de prevenção,
como nós estamos verificando agora, nesta questão específica que temos de
enfrentar, que é a dengue.
Vejo que há muita
solidariedade, vejo isso na fala do Ver. Ervino, vi isto na fala do Ver. Luiz
Braz, de que todos nós temos de nos responsabilizar e temos, sim, a
solidariedade necessária para implantar, implementar, e os Municípios também,
uma campanha nesse combate.
Agora, precisa, sim,
que o gestor público se responsabilize por seus atos e, mais do que isso, pela
questão de disponibilizar o recurso que tem de ser aplicado, onde ser aplicado,
e não ficar recurso aplicado em bancos, em operações financeiras, somando num
caixa que traz, para nós, a ideia errada de um déficit zero no Estado do Rio
Grande do Sul.
Primeiro, quero fazer
essa constatação, porque também a Governadora Yeda não aplica o percentual no
Estado do Rio Grande do Sul, os percentuais constitucionais, no que diz
respeito à Saúde. E mais do que água parada, dinheiro parado também traz a
dengue, porque o resultado desta gestão inadequada e desta opção inadequada por
um déficit zero a custo de não ter investimento, especialmente na Saúde, gerou
o que nós vimos agora, que é a questão de a dengue estar vindo com força total
no Estado do Rio Grande do Sul.
Sabemos que já têm
casos em Porto Alegre, estamos à disposição, junto à Comissão de Saúde
coordenada pelo Ver. Oliboni, para, de fato, nos somarmos.
Agora, não pode o
Município arcar com uma responsabilidade tão séria como esta. Os Municípios que
já têm sob sua responsabilidade diversos temas e que não dão conta dos
programas, especialmente, o Programa de Saúde da Família, que tem de dar conta
com o pouco investimento que se faz, dar conta desta questão que deveria ser
responsabilidade do Governo do Estado.
E lamento
profundamente, e o Secretário já admite que há um surto no Estado do Rio Grande
do Sul. O Secretário Osmar Terra fala nas rádios, na imprensa do nosso Estado
de que já há um surto no Rio Grande do Sul. E a Governadora anunciou um milhão
de reais para os Municípios, especialmente os 54 Municípios que estão em casos
com suspeita de dengue.
Se nós formos dividir
esse um milhão, Ver. Luiz Braz, resultariam 18 mil reais para cada Município. É
muito pouco, é muito pouco, e nós temos de fazer aqui um alerta: os gestores
públicos, em todos os níveis - não eximo o Governo Federal desta questão também
-, têm de aplicar não apenas os percentuais, mas aplicar corretamente os
recursos para aqueles fins a que são destinados, porque, senão, nós corremos o
risco não só de ver as pessoas doentes nos hospitais, de ver as pessoas pelas
ruas da Cidade buscando uma consulta que, muitas vezes, não conseguem, de ver
as pessoas querendo um remédio que também não tem no posto de saúde; corremos o
risco de lamentar profundamente a forma como, assoladamente, o Estado do Rio
Grande do Sul vem trazendo a questão da dengue no nosso Estado.
Por fim, quero dizer
que nós temos uma responsabilidade grande, Ver. Oliboni, inclusive de colocar nesta
Mesa de discussão o Gestor Público da Saúde no que diz respeito ao Governo do
Estado. Não é possível os Municípios arcarem sozinhos com essa tarefa! Tem que
haver representação da Secretaria da Saúde do Estado nessa discussão. Espero
que a Comissão de Saúde consiga e traga para essa discussão o que efetivamente
o Governo do Estado está fazendo para combater a dengue no Município de Porto
Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR.
RAUL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, aqueles que nos
assistem, os nossos visitantes aqui, principalmente essas militantes da área da
Saúde que aqui estão nos dando informações tão importantes sobre a dengue.
Quero dizer que a gente já tem alguma experiência em relação, principalmente, a
essas epidemias, não que em Porto Alegre não tenhamos nada disso, mas temos de
estar alerta; tivemos ainda, recentemente, a epidemia da Gripe A (H1N1).
Tivemos, infelizmente, um grande número de casos, perdemos pessoas jovens nessa
situação. Eu até queria lembrar ao nosso Presidente que podemos colocar, por
exemplo, nos banheiros da Câmara, o álcool gel, porque agora nós vamos passar
por um período em que vai se renovar essa questão da gripe, brevemente.
Nós sabemos que a dengue é transmitida pelo
mosquito aedes aegypti, e que esse
mosquito nós temos em quantidade em Porto Alegre, em vários pontos. Então, nós
temos realmente uma dificuldade de combate, uma vez que os casos, no Interior,
estão se multiplicando, e as pessoas transitam de um lugar para outro. Então,
temos de estar muito alerta. Por quê? Porque esse mosquito é um mosquito que
vive, em média, de 30 a 45 dias. Um mosquito pode picar 300 pessoas durante a
sua vida, e os ovos de um mosquito, de uma fêmea, que é quem pica, os ovos de
uma fêmea infectada também darão margem a novos mosquitos também infectados.
Então isso é muito importante.
E nós sabemos que a prevenção passa por todas as
pessoas, passa pela sociedade principalmente nesses locais onde nós temos
acúmulo de água limpa, que é o caso, por exemplo, de calhas entupidas, de piscinas
sem tratamento adequado, de qualquer recipiente colocado a céu aberto, dessas
plantas que acumulam água no seu interior também, e nós sabemos que temos de
estar alerta, e, cada um de nós tem de fazer o seu papel.
Precisamos, realmente, de Agentes de Combate a
Endemias, que não sejam só sazonais, que sejam, realmente, contratados e
estejam trabalhando de maneira permanente, e somos parceiros para tentar
definir essa questão dentro da Cidade, que é tão importante para todos nós,
porque nós sabemos que para a dengue, em especial, não tem vacina; inclusive
está se providenciando, para o futuro, uma vacina, porque ela é uma doença que
tem quatro tipos diferentes de vírus que a produz. Então, é muito difícil a
gente fazer uma vacina que dê imunidade para esses quatro tipos de vírus.
Inclusive se diz que há casos em que a pessoa já pegou a dengue, e, uma vez
picada, pode pegar por um outro vírus, e aí virar dengue hemorrágica, por
exemplo, que é muito pior.
Então, temos também a questão de que, em suspeita
de dengue, que não deve ser usado nada derivado de aspirina, por exemplo,
porque são mecanismos anticoagulantes que favorecem o desenvolvimento da dengue
hemorrágica. Também, nesse aspecto, temos que cuidar.
Quero dizer à população que, realmente, se aparecerem
esses sintomas, que vá procurar o médico ou o posto de saúde. E que sintomas
são esses? Basicamente, eu diria que a febre alta é importante, uma dor atrás
do olho, dores articulares, dores musculares, junto com dor abdominal, junto
com manchas avermelhadas no corpo; isso tudo deve ser um alerta que, muitas
vezes, pode parecer uma gripe comum e não ser. Eu mesmo, nas nossas Unidades de
Saúde, que atendo, até hoje, no Campo da Tuca, já tive oportunidade de ver
casos em que eu desconfiei, realmente, que fosse dengue - e isso ainda o ano
passado, o ano retrasado, quando se falava dessa matéria - e que foram
descartados. Mas eu também tenho muitas dúvidas sobre a maneira como esses
casos vêm sendo descartados, porque a avaliação epidemiológica desses casos é
muito importante, tanto que, num momento, quando há um surto grande, as pessoas
acabam até deixando de fazer exames, o que aconteceu no caso da Gripe A (H1N1).
Em função do grande número de casos, a orientação da Secretaria, do Ministério,
acaba sendo que, realmente, aquilo ali é a doença, e que não adianta fazer
exame.
Então, nós não queremos chegar a esse ponto; nós
queremos evitar que se acumule esse problema. Nós sabemos que essas aplicações
de inseticidas, próximas aos casos que são detectados, são muito importantes
para isolar, para que o mosquito não pique outras pessoas, mas sabemos esse
inseticida mata o mosquito, mas não mata os ovos. Então, os focos vão continuar
ali para o futuro, e esse mecanismo vai continuar se desenvolvendo na sociedade.
Nós temos, mesmo, é que eliminar os focos da dengue, os focos do mosquito, que
é o mais importante.
Quero dizer que nós estamos alerta, estamos
vigilantes, e queremos que, o mais breve possível, a sociedade tenha esses
agentes de endemias regularmente trabalhando em todos as nossas Unidades, em
toda a nossa sociedade, batendo nas casas, resolvendo e orientando as pessoas.
Obrigado. Saúde para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente Nelcir Tessaro; ilustre Dr.
Pallares e a Doutora que também se faz aqui presente, eu acho fundamental, num
momento como este, que a gente possa, diante da situação de alarme que se tem,
como já houve com a Gripe A - com o trabalho de todos os servidores da
Secretaria Municipal da Saúde, federais cedidos e estaduais municipalizados,
enfim, o pessoal da Fugast, o pessoal que trabalha no Programa de Saúde da
Família -, controlar aquela possibilidade de epidemia. Antes, já tínhamos a
questão da febre amarela, como coloquei aqui ontem, e eu falava da preocupação
que a gente tem principalmente quando surgem as patologias e os surtos de
patologias, de estigmatizar ou cães com a raiva ou bugios com a febre amarela;
e eles nada mais são do que protetores da espécie humana, são os grandes sinais
de alerta para nós. Então, neste momento que a gente tem contato direto com o
telespectador, é importante frisar algumas coisas com relação à dengue: ela é
causada pelo mosquito aedes aegypti,
que é o grande proliferador da doença, ele é um primo irmão do culex, que é um outro mosquito que também
causa diversas patologias. O aedes
aegypti, se formos lembrar, é o mesmo, pode ser o mesmo da febre amarela,
é, principalmente, encontrado nas áreas tropicais e subtropicais do mundo.
Portanto, infelizmente, como a gente tem um desenvolvimento cada vez maior dos
países que se encontram nessa região, e aí estão Austrália, um país
desenvolvido; o Brasil, um país emergente; o Chile, mesmo com toda essa
dificuldade, é um país emergente também; a Argentina, da mesma forma, esses
países que se encontram nesta faixa tropical e subtropical têm uma
suscetibilidade bem maior. A transmissão se dá pela picada do mosquito que
ficou infectado porque picou uma pessoa doente - isso é muito importante. Esse
mosquito, ao picar uma pessoa sadia, passa o vírus da dengue. Via de regra, ele
acomete a população humana, e é importante que a gente frise isso para o
telespectador, porque não vai haver dengue em outros animais. É importante
sempre se referir ao fato de que o mosquito aedes aegypti se prolifera dentro ou nas proximidades das
habitações; normalmente são casas, apartamentos, hotéis, em qualquer coleção de
água limpa, via de regra, pouca água limpa, no caso das bromélias, que acumulam
água na parte central; dos aquários, que também podem servir de criadouro. E
ele é mais comum, sem dúvida nenhuma, nas cidades, junto à população urbana.
Não há transmissão pela água, por alimentos ou por qualquer objeto. Isso é
importante para evitar a estigmatização das pessoas doentes - não há. O contato
direto não passa de uma pessoa doente para uma sadia. A dengue só pode ser
transmitida através do mosquito. O mosquito picou a pessoa doente, pica a
pessoa sadia, transmitindo a patologia. Os mosquitos se acasalam um a dois dias
depois de se tornarem adultos, como estava frisando o Dr. Raul. A partir daí,
as fêmeas passam a se alimentar de sangue, e por isso transmitem a dengue, se
alimentam, depositam os ovos, transmitindo a dengue; elas têm preferência pelo
sangue humano e são ativas durante o dia. O hábito diurno do mosquito da dengue
é uma coisa bastante interessante e, epidemiologicamente, muito importante.
Podem picar, como falou o Dr. Raul, várias pessoas diferentes, o que pode, em
muitas situações, explicar, efetivamente, a epidemia. No Brasil, houve a
erradicação do mosquito com o início do combate mais exaustivo da febre
amarela, na década de 30, mas, infelizmente, isso, nos últimos anos, vem
recrudescendo. Quero dizer para as pessoas que a dengue clássica é usualmente
benigna, 95% dos casos da doença têm um curso benigno. Com isso não estamos
querendo dizer, de forma alguma, que a gente deve descansar, baixar a guarda
com relação à epidemia, mas, sem dúvida nenhuma, em nenhum momento, causar
alarde. Ela inicia por febre alta, pode apresentar cefaleia, que é dor de
cabeça, prostratação, dor nos músculos, a mialgia; dor nas juntas, artralgia;
causar náuseas, vômitos e dor abdominal. É frequente que, três a quatro dias
após o início da febre, ocorra manchas vermelhas na pela, muito parecidas com o
sarampo e com a rubéola, causando muita coceira, prurido.
Para finalizar, Sr. Presidente, são comuns
sangramentos, principalmente pelo nariz. A maioria das pessoas apresenta um
quadro de quatro a cinco dias e começam a melhorar. O grande cuidado que se
deve ter é a partir dessa melhora, porque o indivíduo pode, daqui a pouco, no
curso da melhora, começar a apresentar um quadro principalmente vinculado a
sintomas gerais, como esses que eu falei, de febre, voltar a ter dor nas
juntas, dor nas carnes, nos músculos e começar com febre baixa. Pode se estar,
muitas vezes, a partir daí, se iniciando a dengue hemorrágica, e esse é o
grande cuidado que nós temos que ter e é a grande situação que, infelizmente,
pode levar a óbito.
Então o nosso pronunciamento vem no sentido de
esclarecer a população e não causar um alarme geral, porque isso não nos ajuda,
sem dúvida nenhuma, não vem no sentido de amenizar o problema. Não é esse o caso, mas, sim, no sentido de que as pessoas possam ter
os cuidados necessários, possam abrir suas casas aos agentes que combatem a
dengue para, efetivamente, podermos, de forma responsável, parar essa
possibilidade de epidemia de dengue, como conseguimos, Dr. Pallares, ao longo
desses últimos anos, segurar a questão da febre amarela e da Gripe A.
O nosso Gabinete fica
à disposição, e o nosso próximo informativo terá como tema a dengue, colocando
as questões para a sua prevenção. Ficamos, como sempre estivemos, à disposição
de todos os colegas, na possibilidade de haver algum caso suspeito, para
avaliação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Vereadores e Vereadoras, eu quero, em nome da
Bancada do Partido Progressista, cumprimentar a Drª Maria Mercedes e o Dr. Luiz
Pallares, que também é o responsável pela rede dos postos de saúde da nossa
Capital. Gostaria de dizer que, depois das explicações técnicas tanto da Drª
Maria Mercedes como do Dr. Luiz Pallares, Dr. Raul e Dr. Thiago Duarte, eu,
como Contador, não me arrisco a falar nada sobre esse assunto. Quero só
cumprimentar o trabalho que a Secretaria Municipal da Saúde da nossa Capital
está fazendo, um trabalho de divulgação, um trabalho de ponta - isso é muito
importante para as nossas comunidades. Eu, que visito constantemente as nossas
720 vilas irregulares de Porto Alegre, vejo como a população é descuidada com
relação a esse assunto da dengue. Portanto, esse trabalho dignificante da
Secretaria Municipal da Saúde é extremamente importante, porque a nossa
Secretaria está defendendo o valor mais digno da nossa sociedade, que é a vida.
A vida tem de ser defendida, e por isso quero cumprimentar o trabalho da nossa
Secretaria. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr.
Lucio Barcelos está com a palavra em Comunicações.
O SR. LUCIO BARCELOS: Meu cumprimentos ao
Presidente da Câmara, Ver. Nelcir Tessaro; à Drª Mercedes e ao Dr. Pallares
pela presença e pelas informações trazidas a respeito do processo de combate ao
surto epidêmico de dengue que ocorre em algumas regiões do interior do Estado,
com possibilidade de atingir a Capital e a Região Metropolitana.
Há uma certa
dificuldade, Drª Mercedes, quando a gente não trabalha com números. É um vício
trabalhar com dados quantitativos. Então eu solicitaria - sei que vocês já
levantaram algumas informações - que, num próximo momento, numa reunião da
Comissão de Saúde, se trabalhasse com dados quantificados sobre número de
unidades, de técnicos, de profissionais, de agentes, para termos uma visão um
pouco quantificada e podermos relacionar o número de profissionais que temos em
ação com o número, por exemplo, de residências em Porto Alegre. Qual o número
de residências?
(Aparte
antirregimental.)
O SR. LUCIO BARCELOS: Trezentos mil
imóveis, considerando-se que há imóveis casas prédios, economias. É 1,5 milhão
de habitantes na Capital, são quase quatro milhões de habitantes na Região
Metropolitana. Eu acho que este debate sobre a questão da dengue, como o debate
sobre a questão da Gripe A (H1N1), como outros debates, têm um lado, que é o
aspecto técnico, e outro lado, que é o aspecto político. Acho que não dá para
descuidar do aspecto político. Acho que não dá para fazer uma discussão
esterilizada, discutir tecnicamente sem fazermos um questionamento como o que a
Verª Maria Celeste fez, sobre como os agentes públicos, como os gestores
estaduais e municipais se comportam em relação aos recursos que têm e como
aplicam esses recursos.
Acho que é
inconcebível que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul - e eu tive a
oportunidade de escrever um artigo para o jornal Zero Hora - retenha 164,7
milhões de reais, durante um período - não sei quanto tempo foi -, para
acumular recursos e fazer juros para satisfazer a chamada “política do déficit
zero”. São 164 milhões de reais que o Ministério da Saúde transferiu para o Estado
para que fossem aplicados em prevenção, em reforma, em ampliação, em compra de
equipamentos, em pagamento de pessoal, em pagamento de prestador de serviços.
Eu não sei, exatamente, qual era o destino dos 164 milhões; de qualquer forma,
são 164 milhões, não são trocadinhos com relação aos quais a gente possa abrir
mão e dizer: “Não, isto aqui, se usássemos ou não usássemos no tempo devido,
não faria a menor diferença.” Faz uma diferença enorme! Segundo: acho que, quando o agente público - o Município, o Estado ou
a União - conclama a população para fazer alguma coisa, ele tem que ter
credibilidade junto à população. Então, um Estado que deveria aplicar 12% na
Saúde e aplica 5,5%, 6%, aplica a metade daquilo que deveria e que faz o uso
dos recursos que deveriam ser da Saúde para outros fins, não pode tentar cobrar
da população, ter a audácia de cobrar da população que ela seja mais cuidadosa
em relação às questões que ela faz.
O Ver. Nedel levantou
aqui que há 720 vilas irregulares em Porto Alegre.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. LUCIO BARCELOS: Bom, as pessoas têm
que cuidar, só que as pessoas têm que acreditar que o Agente Público, o Estado
- que elas mantêm, porque o Estado existe, porque nós pagamos imposto -
retribua com serviços de saúde, educação, saneamento e habitação. Se o Estado
não tem credibilidade para isso, não são as pessoas que vivem com salários
miseráveis, que vivem em vilas irregulares que vão ter tempo para se preocupar
se elas têm ou não um vasinho com água parada. Elas estão em busca da sua
sobrevivência, e olhe lá! E aí se mistura isso com outros problemas, os de
sobrevivência das pessoas que vivem de uma maneira sub-humana. Ontem, aqui,
foram levantados dados extremamente preocupantes: temos 300 mil animais
largados na rua, entre cães e gatos - 70 mil gatos e 220 mil cães -, sem-teto,
em Porto Alegre. Quer dizer, temos os sem-teto humanos e os sem-teto animais, e
eu me preocupo tanto com um grupo como com o outro, porque os dois merecem o
nosso respeito.
Então, estamos
fazendo uma discussão sobre dengue assim como fizemos da Gripe A, que hoje já
está entrando em processo de vacinação. Ontem comentávamos este assunto -
quando se discutia a contratação de veterinários para a Secretaria de Saúde e
SMIC -, ou seja, não basta nós contratarmos esse número de profissionais; além
disso, temos que envolver e fazer uma série de outras ações que possam
convergir para que essas questões sejam bem sucedidas. Então, nós temos que
contribuir, a Câmara de Vereadores tem um papel importante nesse sentido, temos
de chamar o Município e o Estado, para que o Estado, como provedor de serviços,
faça essa execução de serviços de uma forma adequada, com os recursos que ele
recolhe da população, porque quem paga imposto neste País, todo o mundo sabe, é
a população pobre e a população remediada, digamos assim - qualquer cidadão
mais informado sabe disso. Então temos que ter essa preocupação.
Para finalizar,
Presidente, acho que seria fundamental que a Secretaria Municipal da Saúde
enviasse esse Projeto de Lei que cria, definitivamente, os cargos desses
agentes permanentes na questão das zoonoses. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passarei a
palavra, agora, aos senhores palestrantes, para as suas respostas e
esclarecimentos. Primeiro passarei a palavra ao Sr. Luiz Pallares e,
posteriormente, à Srª Maria Mercedes.
O Sr. Luiz Pallares
está com a palavra.
O SR. LUIZ PALLARES: Bem, novamente vou
fazer uma manifestação mais breve e, como mencionei anteriormente aos Srs.
Vereadores e aos demais ouvintes, o problema na cidade de Porto Alegre, no
momento, é de prevenção. Ainda não estamos tratando, sobretudo e maciçamente,
de casos de dengue. A nossa responsabilidade na Coordenação da Rede de
Assistência Básica à Saúde é tratar os casos já configurados de dengue, o que
nós não temos na cidade de Porto Alegre.
Muito brevemente, de
maneira concisa, para não tomar muito tempo, eu gostaria de fazer três
comentários a respeito do que eu ouvi dos Srs. Vereadores. Em primeiro lugar,
na Rede de Assistência Básica à Saúde, o profissional de que nós realmente
necessitaríamos, no caso de uma epidemia, não é exatamente o profissional que
faz a prevenção; necessitaríamos de médicos e enfermeiros, que são aqueles
profissionais que estão capacitados para fazer a triagem e o atendimento
inicial do paciente até que ele tenha acesso a uma emergência num hospital.
Outra correção que eu
quero fazer, talvez, porque tenho a impressão de que possa ter ficado, para
alguns, um pouco confuso, é sobre a diferença entre Agente da Vigilância
Sanitária - o Agente de Combate a Endemias -, que faz a visita aos domicílios
para esclarecer e orientar a população, e o Agente Comunitário de Saúde, da
estratégia de Saúde da Família - são duas coisas completamente diferentes.
Estamos com o numérico de Agentes Comunitários de Saúde de que nós necessitamos
para as equipes que nós temos em atuação na cidade de Porto Alegre. Se este
programa do atual Governo, de ter até 200 equipes de Saúde da Família, se
concretizar, nós já vamos contratar, com o objetivo de ter esses Agentes
Comunitários na proporção de um para cada 750 habitantes, até o final do
Governo. Esses agentes não têm como prioridade a questão da dengue, mas,
evidentemente, como eles estão envolvidos em todos os problemas de saúde, a
tônica, às vésperas de uma possibilidade de uma epidemia de dengue, é que eles
orientem nesse sentido também. Eles orientam em relação a diabetes,
hipertensão, asma, limpeza do domicílio, alimentação, higiene e também em
relação à prevenção da dengue. Mas os agentes que tratam especificamente da
dengue são da Vigilância Sanitária, e sobre isso eu deixo para a Drª Mercedes
responder.
Finalmente, um
comentário que eu apreciei bastante, do Ver. Barcelos, foi quando ele menciona
a necessidade dos números. Foi isso que eu tentei mencionar no começo. A
responsabilidade da CRABS - Coordenação da Rede de Assistência Básica à Saúde -
é estar preparada para o enfrentamento de uma epidemia. Eu li alguns planos
anteriores - não vou mencionar a origem, mas via-se que eram pessoas com
bastante conhecimento que haviam produzido aqueles documentos -, mas, a meu
ver, eles tinham um caráter um tanto vago, dizendo que precisariam mais disso,
que precisariam mais daquilo, mas sem
caracterizar exatamente o quanto e onde. Então, o que eu estou pedindo aos meus
coordenadores - estou trabalhando esta semana e, no início da semana que vem,
vou levar a questão ao Sr. Secretário - são exatamente os numéricos: quantas
salas nós temos por UBS para atender. Aquelas que não têm sala, temos que estar
preparados para dizer para onde aquela pessoa vai, e não simplesmente dizer:
“Aqui não se atende”, porque aí a pessoa fica perdida, sem saber para onde ir;
quantos médicos nós temos e quantos nós vamos precisar a mais para atender;
quantas enfermeiras nós temos e quantas vamos precisar a mais. Esses números eu
vou passar para o Sr. Secretário. Era esta a minha responsabilidade, ter um
plano de forma que a coisa funcione quando a epidemia chegar. Então, acho
extremamente importante a questão dos números. Às vezes, é um plano muito mais
simples, muito mais singelo, mas muito mais eficaz no caso de, realmente,
termos que combater uma situação desse tipo.
E o que faltou
mencionar, talvez pela minha preocupação com a concisão, foi que uma outra
medida que nós tomamos - e já estamos a meio caminho com ela - é a de
qualificar essas pessoas, porque, vejam bem, médico atende diabete,
hipertensão, asma todo dia; ele tem na cabeça o que ele tem que fazer com 90%
dos pacientes. Algum paciente pode ter uma situação específica que ele tenha
que estudar ou perguntar para um colega ou parar para pensar. A dengue não é
uma coisa que o médico vê todo dia; então, o que nós queremos é uma resposta
imediata do profissional, que ele saiba classificar naqueles quatro grupos e
saiba o que fazer com o grupo 1, com o grupo 2, com o grupo 3 e com o grupo 4.
O grupo 3 é o da dengue hemorrágica, e o grupo 4 é o da dengue com choque. Essa
diferenciação tem que ser feita imediatamente, assim como o atendimento.
Então, eu solicitei
ao Dr. Valandro, titular da CGVS, que fizesse capacitações diferentes das que
vinham sendo feitas até agora, que eram bastante completas, muito boas,
ensinavam toda a biologia do mosquito. O que eu pedi para o Dr. Valandro é que
fizesse capacitações centradas exclusivamente em diagnóstico e tratamento. Os
médicos dos PSFs já foram todos qualificados, e, entre esta semana e a semana
que vem, nós deveremos qualificar também os médicos da Rede Básica de Saúde.
Isso é o que eu teria a dizer, e passo a palavra à Drª Maria Mercedes.
Obrigado.
A SRA. MARIA MERCEDES BENDATI: Eu gostaria de
complementar alguns dos aspectos que foram ressaltados nas falas. Inicialmente,
eu gostaria de lembrar quais são as responsabilidades do Município e quais são as
responsabilidades do Estado, o que foi comentado pelo menos por dois
Vereadores.
Como Porto Alegre é
uma cidade que tem toda as ações do SUS municipalizadas, a execução do Programa
da Dengue é toda do Município. A responsabilidade é do Município, e o Estado
atua como supervisor, eventualmente, com algumas ações que têm atribuições
específicas do Estado, como a guarda, o controle dos equipamentos relacionados
à aplicação de inseticida, a distribuição e o repasse dos inseticidas ou outros
larvicidas que são utilizados no Programa da Dengue - isso é responsabilidade
do Estado.
O nível federal atua
estabelecendo as diretrizes gerais do Programa da Dengue. Dentro dessas
diretrizes, então, está caracterizado como se calcula um quantitativo de
agentes para um determinado Município, que era a pergunta também do Dr. Lucio.
A relação é um agente para cada mil imóveis. Então, se Porto Alegre tem 300 mil
imóveis, e aqui nós consideramos como imóvel a residência ou o local térreo -
por exemplo, edifício é considerado apenas como um imóvel, em que nós
trabalhamos a área do nível térreo, conforme combinação com o Estado. Então o
nosso pleito sempre foi de termos 300 Agentes de Combate a Endemias, e a
relação 30 supervisores e três biólogos. Essa sempre foi a nossa avaliação para
que se tivesse um atendimento, vamos dizer assim, inicial mínimo para a cidade
de Porto Alegre.
O que muda ou o que
pode ser avaliado, depois de dois anos de atuação dessa forma? Nós começamos,
em 2007, com a contratação dos agentes, situação que não era ainda
experienciada pela cidade de Porto Alegre. O que nós observamos? Primeiro, que
a população de Porto Alegre deu uma resposta muito positiva à presença dos
agentes - a receptividade foi boa. Observamos a participação das pessoas, e os
próprios agentes relatam que, muitas vezes, ao retornar a um imóvel, a um
bairro, verificaram que houve melhorias, que as pessoas incorporaram aquelas
solicitações, porque, de uma forma geral, esse tema da Saúde sensibiliza as
pessoas de uma forma muito importante. Então existe, talvez lentamente, a
incorporação de hábitos e movimentos, vamos dizer assim, de cuidados por parte
dos moradores.
No entanto, o que a
gente questiona - e aí entramos numa discussão talvez um pouco mais ampla da
questão, realmente, de estratégia de combate à dengue na Cidade - é que o fato
de apoiar exclusivamente as medidas de controle na atuação dos Agentes de
Combate a endemias seja, parece-nos, uma situação de extremo e que não seria a
forma mais adequada. Por que a gente fala isso? Porque também temos observado
que existem muitas pessoas, como a população da Cidade, como instituições, que
aguardam a vinda de um Agente de Combate a Endemias para fazer essas ações que
nós falamos que são simples, básicas, singelas, de prevenção, no seu âmbito de
residência ou do trabalho. Hoje, por exemplo, recebemos uma ligação de um
funcionário de um Tribunal, aqui na cidade de Porto Alegre, que dizia: “Por
favor, venham aqui, eu achei um mosquito da dengue”. E nós dissemos que o
mosquito da dengue está presente na cidade de Porto Alegre desde 2001 - nós
sabemos. Agora, a ações de cuidado são estas: se você está vendo que há
vasinhos no seu local de trabalho, que há uma calha com problema, quem faz essa
ação é a pessoa que está trabalhando, e ela deve buscar a coordenação do local,
a parte de manutenção ou o síndico no condomínio. Nós não vamos poder atribuir
ao agente público essas ações, e aqui eu não quero isentar o papel do Poder
Público no sentido de conduzir todas as políticas, pois nós estamos plenamente
conscientes da nossa responsabilidade, mas é necessário que a população entenda
isso, porque, senão, nós temos também o ônus de bancar, cuidar e manter uma
estrutura de profissionais que não custa pouco ao Município. Então, essa conta
a pagar, a sociedade de Porto Alegre tem que avaliar também.
A nossa preocupação é
no sentido de que as pessoas sejam muito bem esclarecidas e que haja,
realmente, essa parceria entre o Poder Público, nos seus estabelecimentos de
políticas públicas, nas suas ações de responsabilidade, mas a sociedade como um
todo também tem que ter o seu papel.
Concluindo, eu gostaria de lembrar também que,
neste momento, a situação em Porto Alegre é a seguinte: nós não temos casos
autóctones de dengue. Os nossos mosquitos, em Porto Alegre, não têm o vírus.
Então, não há circulação do vírus ainda em Porto Alegre. Como nós acompanhamos
isso? Através da notificação de casos suspeitos. A notificação de dengue é
compulsória, quer dizer, é obrigatório para todos os profissionais da área da Saúde
notificarem caso de suspeita de dengue, e, quando isso acontece, o que nós
fazemos na área de Vigilância em Saúde? Nós vamos até o local onde mora aquela
pessoa, fazemos uma visita nas casas do entorno, até um raio de 150 metros,
procurando focos de larva do mosquito. Se encontrarmos larvas, nós matamos
aquelas larvas. O objetivo é remover toda a possibilidade de contato daquele
mosquito com uma pessoa que possa ter o vírus na sua circulação. Essa é a
primeira etapa do controle.
Segunda etapa do controle: quando a pessoa com
suspeita de dengue realiza o exame sorológico e, através da comprovação desse
exame, for verificada a presença do vírus, ou seja, que efetivamente ela estava
com dengue, se faz a segunda etapa do controle, que é a eliminação das formas
aladas do mosquito, quer dizer, o mosquito adulto, o mosquito como a gente
conhece. E isso se dá através da aplicação de um inseticida para mosquito
adulto, que se chama, então, uma atividade de bloqueio, e ela é realizada
apenas nos casos confirmados. Cabe lembrar também que a aplicação do inseticida
tem muitas limitações. Da forma como ele é aplicado, ele tem uma persistência
no ambiente de no máximo 24 horas; então, só é removida a forma alada. Se não
houve o tratamento prévio das larvas, depois de 24 horas, se permanecerem
recipientes com larvas, eclode o mosquito, e nós temos novamente mosquitos
nesse local.
Então, lembrando, graças a esse trabalho, nós temos
mantido, desde 2001 - como eu disse, que tem a presença do mosquito, já tivemos
mais de 200 casos notificados em Porto Alegre, confirmados de dengue, de
pessoas que estiveram aqui com o vírus -, a Cidade sem a circulação da doença.
Isso é importante para todos nós. E sempre concluímos com este alerta: todas as
pessoas que viajarem para áreas de circulação do vírus - não é só nos outros
estados brasileiros, nem no Exterior, mas na Região Noroeste do Estado -, por
favor, fiquem alerta em caso de retorno. Se tiverem sintomas, procurem uma
unidade de saúde e notifiquem. É assim que a gente vai manter, também com esse
esforço, a Cidade sem dengue. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós agradecemos a Srª Maria Mercedes e o Sr. Luiz
Pallares, palestrantes do dia de hoje, sobre o assunto específico da dengue. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h18min.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 16h19min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Luciano Marcantônio está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; demais colegas
Vereadores; demais cidadãos presentes aqui na Câmara, eu tenho, ao encontro da
minha maior bandeira, visitado todos os órgãos públicos da Prefeitura, do
Governo do Estado, do Governo Federal, que são responsáveis pelo trabalho da
inclusão social das pessoas com deficiência, principalmente buscando subsídios
para elaborar um programa que busque a conscientização, o cadastramento, a
qualificação, a preparação, a inserção e o acompanhamento da pessoa com
deficiência no mercado de trabalho.
Segunda-feira, pela manhã, eu estive visitando o
Sr. Sidenir Bueno de Almeida, Coordenador do Sine Municipal; já estive antes
visitando o Sine Estadual, que trata da inserção no mercado de trabalho das
pessoas, em nível do Estado; estive na FADERS, que é o órgão público estadual
que articula as políticas públicas para inclusão das pessoas com deficiência;
estive na Superintendência Regional do Trabalho, que cuida da parte da
fiscalização junto às empresas, em relação ao cumprimento da Lei das Cotas para
as pessoas com deficiência; estive também visitando o Tarcízio, Secretário
Municipal da Acessibilidade, que é o órgão de Porto Alegre que cuida dessa
política, e cada vez fica mais nítido que não existe praticamente nada em
relação a esse problema que eu acredito ser gravíssimo, porque nós temos em
Porto Alegre em torno de 200 mil pessoas com deficiência. Dessas 200 mil, se
apenas 20% tiverem condições e estiverem aptas ao trabalho, hoje, por falta de
conscientização dessas pessoas e por falta de políticas públicas fortes,
estruturadas, organizadas, tanto no âmbito municipal quanto no estadual e
federal, elas estão fora do mercado de trabalho. São mínimas as vagas que estão
disponíveis, e, pior ainda, são mínimas as pessoas que estão cadastradas para
trabalhar, ou seja, existe o preconceito do deficiente com ele mesmo, e existe
ainda uma limitada política pública em relação à inserção dessas pessoas no
mercado de trabalho. Isso faz com que o Governo, através do BPC, acabe
sustentando, praticamente, a maioria das pessoas com deficiência no Brasil
inteiro, ou seja, além de nós não permitirmos que essas pessoas tenham, através
do seu trabalho, a sua renda, ou seja, tenham a sua dignidade respeitada ou
adquirida, nós temos um custo enorme dos nossos Governos para manter as pessoas
com deficiência de baixa renda, que é o assistencialismo, que nós temos que
combater.
Mas eu quero também parabenizar o Movimento
Educação Já, liderado pelo Professor Luiz Afonso, que é um grande líder do
professorado aqui do Estado, que já disputou inúmeras eleições envolvendo o
CPERS, que, juntamente com o Presidente Estadual do PDT, Sr. Romildo Bolzan;
com as Prefeituras Municipais do PDT; com o Presidente do Conselho Estadual em
Defesa do Direito das Pessoas com Deficiência, o Sr. Paulo Kroeff; com
representante da Educação Especial da Secretaria Estadual da Educação do nosso
Estado, realizará um encontro, no dia 23 de abril, no Plenário da Assembleia
Legislativa, a partir das 13h30min, para, exatamente, começar, com muita força,
esse trabalho de conscientização dos Prefeitos, para que criem, nos seus
Municípios, o Conselho Municipal em Defesa dos Direitos da Pessoa com
Deficiência. E nesse dia nós vamos também debater, juntamente com os nossos
Prefeitos do PDT, do Estado, para que, através desses conselhos, se defenda,
principalmente, o trabalho da inserção das pessoas com deficiência no mercado
de trabalho, e também se tire desse encontro uma proposta de alteração da Lei
do BPC, que é uma Lei Federal, o Benefício de Prestação Continuada, que não
estimula o emprego, que não estimula a educação; é um benefício que é concedido
à pessoa de baixa renda, com deficiência, mas que, em nenhum momento, a criança
ou o adolescente que recebe esse benefício tem a obrigação de ir à escola. Nós
temos, sim, que dar o benefício, mas que a pessoa com deficiência, podendo,
estando apta, vá à escola. E se não for - somente em relação à questão da
educação -, conceder o benefício para quem é apto ao trabalho, e não para quem
é inapto ao trabalho, conceder o benefício para todos, e, no momento em que o
deficiente conseguir o emprego, perde o benefício, mas, no momento em que
perder o emprego, retoma o benefício. Então, alterar o BPC para alterar a
lógica do BPC, que hoje é puramente assistencialista. Hoje o BPC não estimula
que a criança e o adolescente, com deficiência, vá à escola, não obriga que vá
à escola, mesmo estando apto a ir à escola, e, ainda por cima, só é concedido
para o jovem ou para o adulto com deficiência que é inapto ao trabalho. Só que
isso acaba fazendo com o Ministério da Previdência, através da perícia, conceda
o benefício para todos, estando aptos ou não ao trabalho. E convencer a pessoa
com deficiência a abrir mão do BPC para buscar o emprego, sendo que depois, se
ela perder o emprego, vai ter que novamente passar pela perícia e convencer a
perícia do INSS que ela tornou-se inapta ao trabalho, é impossível.
Então, nós temos, Sr. Presidente, que ter, sim, a
política pública de inserção no mercado de trabalho, mas nós temos que corrigir
essa Lei Federal do BPC, que vai de encontro à Lei de Cotas. O Governo Federal
criou a Lei de Cotas, que estimula a inclusão das pessoas com deficiência no
mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo criou a Lei do BPC, que faz com que as
pessoas com deficiência não queiram correr o risco de abrir mão desse salário
porque depois não têm facilidade para retomar o BPC. Muito obrigado pela
atenção, colegas Vereadores, Presidente Tessaro, e obrigado a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos
trabalhos para entrarmos na Pauta, de imediato.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João
Carlos Nedel que solicita a inversão de ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, na Comissão Especial que V. Exª presidiu tão bem,
onde nós tratamos o problema da luz dessas vilas, loteamentos irregulares e
clandestinos, foi criada uma Frente Parlamentar, e eu quero agradecer mais uma
vez aos Vereadores que me elegeram Presidente dessa Frente, que amanhã, às
9h30min fará uma visita, juntamente com as entidades, à Vila Mariana II. Já foi
encaminhado no dia 05 o convite para todos os Vereadores que fazem parte dessa
Frente. Eu até vou ler o convite para os colegas Vereadores, para que amanhã
possamos ir, pelo menos a maioria. Vou citar os Vereadores que fazem parte
dessa Frente: Ver. Luiz Braz, Ver. Engenheiro Comassetto, Ver. Dr. Thiago
Duarte, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Mauro Pinheiro, Ver. João Carlos Nedel,
Ver. João Pancinha, Ver. Paulinho Ruben Berta, Ver. Reginaldo Pujol - grande
homem, grande trabalhador na Restinga ao longo da sua história -, Ver. Nelcir
Tessaro, que presidiu tão bem essa Comissão, e o Ver. Waldir Canal. Portanto,
amanhã, às 9h20min, sairá daqui da Câmara esse grupo de Vereadores para visitar
a Vila Mariana II, na Restinga, juntamente com as entidades que fizeram parte
de toda essa discussão. Obrigado, meu Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O convite está feito, esperamos que os Vereadores possam acompanhar a
visita.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, quero comunicar ao conjunto de
Vereadores, e também aos outros que já devem ter recebido em seus gabinetes
que, amanhã, a Frente Parlamentar Antidrogas faz a sua primeira reunião geral
aqui nesta Casa, às 10h30min. Mais uma vez, reitero o convite a todos, para que
participem, e que a gente organizar, juntos, as atividades da Frente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, antes
de passarmos ao período de Pauta, quero convidar a todos para, segunda-feira,
dia 15, às 14 horas, estarem presentes, quando receberemos a conclusão das obras
do nosso Plenário Otávio Rocha. A nossa Sessão de segunda-feira será realizada
no Plenário Otávio Rocha. Se ele não estiver cem por cento pronto, pois faltam
alguns detalhes, isso não impedirá que a Sessão aconteça lá. Sabemos que
sacrificamos os Vereadores e as assessorias, aqui neste local, durante esses
meses.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0361/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/10, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao médico Plínio Carlos Baú.
PROC.
Nº 5364/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 239/09, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que estabelece tempo máximo para o atendimento de
clientes em fila para pagamento no setor de caixas de hipermercados e
supermercados, proíbe esse setor de receber pagamento de títulos e contas
bancárias não relacionados ao estabelecimento e dá outras providências.
PROC.
Nº 0358/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/10, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor
Paulo Roberto Ziulkoski.
PROC.
Nº 0426/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/10, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Praça Soldado Brito o logradouro público
cadastrado conhecido como Praça Sete Mil Trinta e Sete.
PROC.
Nº 0429/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/10, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui a obrigatoriedade de o Poder Público
Municipal disponibilizar, em seus veículos de comunicação, informações sobre
pessoas desaparecidas.
PROC.
Nº 0547/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/10, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
que concede a Comenda Porto do Sol ao diretor Luciano Alabarse.
PROC.
Nº 0681/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 006/10, de autoria da Mesa Diretora, que
autoriza o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre a promover a
realização de licitação, na modalidade concurso, com vista à seleção de projeto
de criação artística do Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre, da medalha
Comenda Porto do Sol e do Diploma Honra ao Mérito.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, mais do que discutir assuntos que estão em Pauta, eu ocupo este
período para que se confirme a realização deste debate preliminar e que se dê
sequência à passagem desses Projetos pela Casa neste período específico e, com
isso, os mesmos possam ser encaminhados às Comissões, para sua regular tramitação.
O Ver. Nedel
me alerta sobre a relevância de um Projeto que está tramitando em 2ª Sessão e
que, aparentemente, pode não ser muito importante, mas o é. É esse Projeto que
diz respeito à promoção e à realização de licitação, na modalidade de concurso
- Ver. Toni, V. Exª, quando era integrante da Mesa, no ano passado, como
Vice-Presidente, pugnava muito por isso -, e agora a Mesa Diretora encaminha
esse Projeto de Resolução, com vista à seleção do projeto de criação artística
do Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre, da medalha Comenda Porto do Sol e do Diploma
Honra ao Mérito. Em verdade, essas honrarias têm sido concedidas, e nós falamos
num troféu e não há um troféu para entregar; há um diploma. Então, tem que
haver um troféu correspondente, ou então vamos mudar de nome a designação. Como
não faz sentido mudar o nome, isso foi fruto de um estudo avançado aqui da
Legislatura passada, quando se eliminaram inúmeros títulos para se consagrarem
esses quatro, esses quatro têm que ser bem regrados, e, mais do que bem
regrados, devem efetivamente corresponder a seu objetivo. Então, se nós vamos
oferecer um troféu à determinada personalidade que, ao longo do tempo, se impôs
ao respeito da sociedade porto-alegrense e foi reconhecida pela Câmara de
Vereadores, nós, obviamente, temos que entregar a essa pessoa um troféu, sob
pena de sermos até inconclusos na nossa iniciativa.
Por isso, Sr. Presidente, agradeço V. Exª por me concedeu este período
para, regimentalmente, falar sobre esse assunto, dizendo que eu poderia também
fazer uma ode ao homenageado ex-Presidente da Casa, Ver. Sebastião Melo, que
propõe que a Casa homenageie com o Título de Cidadão de Porto Alegre Paulo
Roberto Ziulkoski, que outro não é senão o Presidente da Confederação Nacional
de Prefeitos. Não sei se é o atual Prefeito ou, pelo menos, com certeza
ex-Prefeito de Mariana Pimentel, em duas oportunidades. Eu tenho um carinho
muito especial pelo Paulo Roberto, porque, quando preparou o seu vestibular de
Sociologia, fez a sua preparação num curso em que eu lecionava, e, desde aquele
momento, nós estabelecemos um bom relacionamento que, ao longo do tempo, se
consolidou. Naquela época, ele era um jovem de Guaíba, porque Mariana Pimentel
era um Distrito de Guaíba. Por coincidência, no dia de hoje, o Ziulkoski está
em grande evidência pela sua liderança exercida no dia de ontem, Ver. Lúcio, em
Brasília, nesse movimento que precede os fatos e que aprovou, ontem, Emendas do
Deputado gaúcho Ibsen Pinheiro, melhor distribuindo os futuros frutos do
Pré-Sal e de novas concessões para exploração do petróleo na área da Plataforma
Continental - ao contrário do que tem no dia de hoje. Obviamente que há um
clamor do Rio de Janeiro, especialmente, que alega que o Estado vai quebrar em
função da redução que isso representará nas suas finanças. Não o caso não toma
essa proporção, porque o que hoje está consolidado não é alterado; o que vai
ser alterado é o futuro. As quantias enormes que o Rio de Janeiro recebe vai
continuar recebendo, só que elas crescerão menos do que cresceriam em condições
normais. E a proposta do Dep. Ibsen Pinheiro tem um fundamento que poucos têm
explorado. É que os resultados do Pré-Sal, como de resto toda a pesquisa
realizada pela Petrobras, todo o sucesso dessa fonte de energia fóssil é fruto
da contribuição de todos os brasileiros que mantêm a Petrobras, pagando a
gasolina mais cara do mundo, pagando tributos, pois, cada vez que nós compramos
um litro de gasolina, estamos pagando imposto - ICMS e vários impostos,
inclusive, um chamado CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico -
que é para o desenvolvimento.
Então, se os brasileiros
de todo o País contribuem, como consumidores, para que a Petrobras seja o
nosso grande orgulho, grande empresa brasileira, com bandeiras espalhadas por
todo o mundo, é justo que, na hora da retribuição desse resultado, todos possam
participar, na proporção da sua contribuição. É o que, em última análise, o que
a Emenda do Deputado Ibsen Pinheiro propiciou, o que nos dá uma alegria, que,
eu espero, não seja temporária, porque ontem mesmo já se anunciava que o
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá vetar essa proposição se ela vier a
ser confirmada pelo Senado Federal, para onde foi enviada no dia de ontem. Era
isso, Sr. Presidente, agradecendo-lhe pela fineza com que V. Exª nos ensejou
este período regimental. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Ver. Nelcir
Tessaro, também quero lhe dar meus parabéns pelo seu Projeto. Cada vez que eu
estou no estádio, vejo que estão cumprindo esta Lei de iniciativa sua. Eu acho
muito bonito quando, numa competição esportiva, são cantados o Hino do Rio
Grande e o Hino Nacional. Eu estava lá no Grêmio, foi executado o Hino, e eu
fiquei muito feliz por saber que foi pelo Projeto de Vossa Excelência.
Também quero falar para os meus amigos Vereadores
Luiz Braz, Toni Proença, Pancinha, Reginaldo Pujol que eu ando pelas ruas e
grandes avenidas e estou sentindo muita falta, Ver. Reginaldo Pujol, das
barreiras da Brigada Militar. Estão fazendo falta, estou com saudades do Cel.
Mendes. Não tenho nada contra o Cel. Trindade, mas o Cel. Mendes tinha uma
adaptação muito forte com as barreiras nas avenidas e mantinha aquelas
barreiras. Eu achava muito interessante, porque quem não deve não tem medo de
barreira, e eu gosto porque simplesmente isso vai beneficiar a população que
anda em dia. Para aquele cidadão que está com os seus documentos em dia e que
venha a ser barrado em uma barreira é muito importante, Presidente. Eu tenho
andado bastante, de noite, nas avenidas grandes, onde era costume ter
barreiras. Isso hoje não tem acontecido, e é muito importante para a segurança
da comunidade, do cidadão que anda na rua, do senhor que está trabalhando como
taxista. Isso é muito importante. Dois dias atrás, na Restinga, tinha quatro
garotos armados fortemente, e a Brigada teve a grandeza de interceptar o carro
e prendê-los antes de eles assaltarem, quem sabe, o taxista. Então, eu venho a
esta tribuna para pedir que esta Casa faça um pedido ao Cel. Trindade, um
extraordinário coronel que trabalha muito bem pela Cidade. Eu gostava muito do
trabalho do Cel. Mendes, Ver. Luiz Braz; o Cel. Mendes tinha aquele trabalho
dele de implementar muito as barreiras na Cidade. Isso é importante, Ver.
Reginaldo Pujol, é muito importante! Eles nos param, mas assim estão nos dando
segurança, porque a Brigada não tem condições de dar segurança, de ter soldado
no efetivo, no bairro, na rua, na esquina, não tem mais. Mas as barreiras
servem para isto: pelo menos inibem o assaltante, o ladrão, aquele que anda
tentando fazer qualquer coisa contra o cidadão de bem. Então, eu venho a esta tribuna
pedir que o Cel. Trindade imediatamente implemente esse tipo de trabalho: as
barreiras, que são muito importantes para a cidade de Porto Alegre. Obrigado,
senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Pois não, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Aproveitando que Vossa Excelência passou à Casa a
informação tão salutar de que, na segunda-feira, nós estaremos retomando os
trabalhos no Plenário Otávio Rocha, eu queria, Presidente, ao mesmo tempo em
que o cumprimento, pois já é um êxito do seu trabalho administrativo, fazer um
apelo: que, tão logo seja possível e dentro das possibilidades orçamentárias,
também este plenário seja objeto de algumas adequações. Este plenário é muito
útil, mas não comporta uma série de atividades que costumam ser realizadas lá
no nosso plenário maior. Por isso, ao cumprimentá-lo, faço o apelo de que
continue, neste período de realizações, ajustando e corrigindo algumas coisas
que estão muito equivocadas, como a substituição das poltronas e assim por
diante, para que os atos solenes possam ser realizados, na sua grande maioria,
exatamente aqui neste local, que é o adequado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A sua sugestão é muito boa, Ver. Reginaldo Pujol.
Com toda a certeza vamos dar prosseguimento às reformas porque entendemos que
deveremos ter, sim, dois ambientes permanentes para que possamos ter Sessões
Solenes fora do plenário de votações.
Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h45min.)
* * * * *